São Paulo, domingo, 03 de outubro de 2004

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ARTES VISUAIS

Web art, arte-tecnologia, videoarte e instalação são alguns dos formatos que ganham força

Lingua gens emerg entes amplia m atuação

TATIANA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem já foi à 29ª edição da Bienal de Artes de São Paulo pôde ter uma idéia: a arte contemporânea concentra uma enxurrada de linguagens entrelaçadas e ilimitadas possibilidades de atuação.
Web art, arte-tecnologia, arte-ciência, videoarte, instalação, performance e interferência urbana são exemplos de conceitos que ganharam força no cenário mundial desde a década de 90. Ancorada neles, uma nova geração de artistas está se projetando.
Arte visual é o termo que define o campo. Nele, manifestações plásticas tradicionais como pintura, escultura, desenho e fotografia deixam de figurar como categorias excludentes para se tornarem cada vez mais interligadas.
"O artista de hoje não é mais especialista numa única linguagem. Ele pode pesquisar em gravura, registrar em fotografia e explorar conceitos espaciais na montagem de uma instalação", observa Marcelo Monzani, gerente do núcleo de artes visuais do Instituto Itaú Cultural. "Ele transita", resume.
Além disso, esse artista visual nem sempre é artista. Ou, pelo menos, não de formação. Pode ser tecnólogo, cientista, físico, arquiteto. A necessidade de inovação abrange perfis distintos.
Premiada na Holanda por uma peça em tapeçaria, a artista plástica Carla Tennenbaum, 25, é um exemplo. "Estou me aproximando cada vez mais do design", diz.
Para Monzani, a soma de educação formal, autodidatismo e abertura à troca de informações é um ponto forte no currículo. "A educação formal tem peso porque o mercado tem limitações. Nem sempre é fácil vender uma obra. Então recorre-se a outras frentes de sobrevivência como dar aulas, cursos ou palestras."
Artur Matuk, professor da ECA-USP (Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo), concorda com a importância do ensino formal. "A base de um curso universitário é fundamental para a arte-tecnologia. É preciso ter bagagem técnica."

Gestor
Empreendedorismo e ""networking" são outras chaves valiosas. E capacidade de autogestão para, por exemplo, tentar um lugar em salões, programas de incentivo à formação e prêmios. Muitos dos prêmios, aliás, são dados em dinheiro.
Antenada com a efervescência do setor, a Funarte (Fundação Nacional de Arte do Ministério da Cultura) lançou em julho a Rede Nacional de Artes Visuais, que reúne artistas em oficinas que devem ocorrer em todos os Estados. "Queremos contribuir para a formação dos artistas e educar as diversas regiões para receber a arte visual", diz Nelson Ricardo Martins, coordenador da rede.


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