São Paulo, domingo, 03 de outubro de 2004

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SUA CARREIRA

Treinador de medalhista quer "executivos-atletas"

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar do terno e da gravata, o preparador físico José Rubens D'Elia entra em suas palestras manobrando uma bicicleta. Treinador de atletas como o campeão de iatismo Robert Scheidt (medalha de ouro em Atenas), D'Elia diz acreditar que o mundo executivo precisa estar em forma para render ao máximo. O princípio é a linha condutora do livro "Fábrica de Campeões - Preparação Física para Gente de Sucesso" (ed. Gente, R$ 30), lançado em março deste ano. (TD)

 

Folha - Muita gente usa o trabalho como argumento para não cuidar do corpo. O senhor defende o contrário. Sobrecarga de agenda e malhação não são incompatíveis?
José Rubens D'Elia -
De jeito nenhum. Sugiro o conceito de "academia virtual na sala de reunião", no qual o local de trabalho pode ter uma bicicleta ergométrica, e a secretária pode agendar um horário para que o executivo despache pedalando, por exemplo. A atividade física cria oxigenação mental e leva a soluções.

Folha - O que é exatamente o "Fábrica de Campeões"?
D'Elia -
É um método derivado da terapia esportiva no qual adaptei minha experiência para pessoas que trabalham muito e esqueceram o corpo. A intenção é que elas sejam atletas "workaholics". Agora vou lançar um projeto homônimo no qual esportistas adotam grupos de empresários para motivar, viram consultores deles. A tenista Joana Cortez deve adotar o primeiro grupo.

Folha - Quem utiliza?
D'Elia -
Fernando Hernandez Júnior, empreendedor imobiliário, e Antônio Herman, do mercado financeiro, adotaram o método plenamente.

Folha - Com que freqüência um profissional que ocupa cargo estratégico deve treinar? E é melhor fazer esporte antes ou depois do trabalho?
D'Elia -
Cada um se compromete com o seu projeto. Tem gente que quer fazer todos os dias, mas sente que vai falhar e reduz para três. O melhor horário, independentemente do biótipo, é o primeiro horário da manhã. É quando há menos interferência dos problemas do dia.

Folha - Há um esporte ideal para o executivo?
D'Elia -
A corrida é um agente libertador: enquanto ele corre, continua pensando. E pode ser praticada em todo lugar, viajando. Mas não dá para sugerir uma coisa que a pessoa não gosta. Se ela já tem pouco tempo disponível, é óbvio que vai falhar.

Folha - Quem cuida do corpo tem mais chances de ter sucesso profissional do que quem não cuida?
D'Elia -
Um executivo que não se cuida é um atleta contundido. Trabalha no limite, não está inteiro. As pessoas se sedimentam no medo e começam a lhes faltar muitas qualidades. A atividade física fomenta a auto-estima e gera uma espécie de egoísmo produtivo. E faz a analogia a outras coisas.


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