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COMEÇAR CEDO
Aos 23, iniciante é tido como velho
Antes de procurar emprego, candidato deve avaliar maturidade e necessidade financeira
MARIANA IWAKURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Aos 23 anos, em média, o
candidato ao primeiro emprego é considerado velho para
ainda não ter nenhuma experiência no currículo. Segundo o
Datafolha, essa é a idade máxima para encontrar um estágio
ou um emprego. Para quem já
parou de estudar, o limite é
mais baixo: 22 anos, em média.
No comércio, entretanto, ser
mais velho pode ser bom -sem
experiência, uma pessoa de até
26 anos ainda está no páreo para conseguir a vaga. "Maturidade é importante no atendimento. Os mais velhos são mais práticos, vêem o que o cliente
quer", afirma Anísia Sokei, gerente de RH da Camicado.
A idade do candidato ao
primeiro emprego é considerada "muito importante" ou "importante" por 45% do total de
empresas entrevistadas. Já
28% crêem que a idade é "pouco ou nada importante".
O momento ideal para começar envolve maturidade (para
ter responsabilidade, horários
e chefe), escolaridade e realidade socioeconômica. O grande
desafio é respeitar a idade máxima citada pelas empresas
sem prejudicar a qualidade da
educação, outra exigência do
mercado.
"Quem trabalha de dia e faz
faculdade à noite rende menos
do que quem só trabalha meio
período", avalia Christina de
Paula Leite, da Coordenadoria
de Estágios e Colocação Profissional da FGV-Eaesp (Escola
de Administração de Empresas
de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas). Ela recomenda
procurar trabalho a partir do
quinto semestre da graduação.
Por outro lado, esperar demais pode ser ruim. "Não se pode pensar em atividade profissional só depois de formado. Se
entrar "zerado" aos 26 anos, [o
candidato] vai deparar com
pessoas mais jovens, com
maior desenvoltura, flexibilidade e traquejo", diz o consultor Paulo Kretly, presidente da
FranklinCovey Brasil.
Segundo a publicação "Brasil, O Estado de Uma Nação",
editada pelo Ipea (Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada)
em 2005, entre os brasileiros
que tinham 35 anos e estavam
no mercado de trabalho em
2003, 70% começaram a trabalhar antes do 15 anos, 30%, na
juventude e praticamente nenhum começou após os 24 anos
de idade. O estudo conclui que
novos trabalhadores de famílias mais pobres ingressam no
mercado de trabalho muito
precocemente.
"Começar muito cedo denota
necessidade de complementar
renda. Os ricos têm dinheiro
garantido pela família e começam a trabalhar mais velhos. A
conseqüência é que investem
mais em escolaridade", diz
Paulo Tafner, editor do livro.
"É melhor postergar o trabalho e desenvolver-se em área
específica", aconselha a economista Paula Montagneri, coordenadora de pesquisa do Observatório do Mercado de Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego.
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