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São Paulo, domingo, 06 de abril de 2003

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DIREITO E AVESSO

Disputada, profissão vive "era de extremos"

BRUNO LIMA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

De um lado, a defesa de causas importantes, recompensada com gordos salários. De outro, a banalização da profissão, com propostas de trabalho com rendimentos de R$ 500 ao mês. Na balança do mercado, profissionais de direito se equilibram e buscam diferenciais para vencer a concorrência.
Só na cidade de São Paulo, segundo a OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), há 81.453 advogados. Em 2002, conforme estimativa do Ministério da Educação baseada no Provão, o Estado ganhou quase 27 mil bacharéis em direito. Neste ano, devem ser 76 mil os formandos no país todo.
Ser aprovado em um concurso público, conseguir emprego em uma grande companhia ou escritório e arriscar-se a abrir uma firma de advocacia são, segundo consultores e profissionais da área, as únicas chances de sobreviver nesse mercado competitivo.
Quem progride é bem recompensado. Diretores jurídicos, segundo pesquisa do Datafolha, têm, em média, o terceiro maior salário em empresas privadas de médio e grande porte em São Paulo (R$ 16 mil), atrás apenas de presidentes e vice-presidentes.
Para quem começa, no entanto, a história é outra. "Fui a várias entrevistas. Quando falavam o salário, eu desistia. Das 8h às 18h, R$ 500, R$ 600. E isso bruto, fora o que você vai gastar", conta o advogado Flávio Fadel, 26.
Enquanto estuda para um concurso para delegado federal, ele firmou uma parceria com um colega que tem escritório: consegue clientes e divide os lucros. "Há meses em que dá para tirar R$ 2.000, em outros, nem R$ 500."
Se o objetivo é atuar em um grande escritório, o ideal é começar como estagiário -forma preferida de contratar. "O advogado é criado na casa", explica Tércio Chiavassa, 30, que passou pelo processo no Pinheiro Neto Advogados, que tem 57 sócios e cerca de 300 advogados contratados.



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