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São Paulo, domingo, 06 de abril de 2003

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TRABALHO X SAÚDE

Conjuntivite desfalca equipe nas empresas

DA REPORTAGEM LOCAL

Em pleno ritmo de retomada das atividades após o Carnaval, empresas de todas as áreas vivenciam, nos últimos dias, uma inesperada redução em suas equipes provocada por afastamentos de funcionários com conjuntivite.
A epidemia, que tem sido apontada como a de maiores proporções dos últimos 20 anos, é causada por vírus e tem como característica a facilidade de contágio.
"A doença é transmitida pela secreção produzida pelos olhos. No trabalho, é comum que os contaminados manipulem outros objetos após coçarem os olhos, espalhando rapidamente o vírus", explica Ana Luísa Hofling de Lima, chefe do departamento de oftalmologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Na agência de publicidade Smart Marketing, em São Paulo, três dos noves funcionários foram afastados na última semana. Nem mesmo as instituições da área de saúde conseguiram driblar o surto de conjuntivite: no Hospital São Paulo, profissionais de vários níveis foram contaminados.
Na clínica Eye Care, mais de 50% dos atendimentos da última semana tiveram conjuntivite como diagnóstico. O diretor e oftalmologista Renato Neves, 37, tem visitado companhias e orientado empregadores e empregados na tentativa de frear a disseminação.
"Afastar o empregado contagiado é imprescindível. Também é preciso redobrar a atenção com higiene e reduzir o compartilhamento de objetos", ensina.
Ana Luísa de Lima diz que, se não for possível afastar o doente, é necessário que ele passe a trabalhar num espaço isolado. "Reunir pessoas saudáveis com contaminadas alimenta a epidemia."

Conglomerados
Além da conjuntivite, outras doenças encontram nos ambientes de trabalho condições ideais para a sua rápida disseminação. Gripe, hepatite, meningite e pneumonia são exemplos.
"São doenças transmissíveis em situação de conglomerados humanos. Quanto maior a concentração de trabalhadores dentro de um espaço fechado, maior a infectividade", diz Arary da Cruz Tiriba, 78, professor voluntário da Escola Paulista de Medicina da Unifesp e especialista em infectologia.
(TATIANA DINIZ)


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