São Paulo, domingo, 07 de junho de 2009

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recursos humanos

Homens aderem a diálogo sobre saúde e sexualidade

Participação promove aumento de produtividade

PAULA NUNES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Atrair homens para programas de saúde preventiva é um desafio maior do que conseguir o engajamento de mulheres nessas iniciativas.
"Elas são mais desenvoltas para falar de seus problemas e muito mais empenhadas em se manterem saudáveis", afirma Sueli Estacione, diretora da Dynargie Brasil, empresa de treinamento e consultoria para desenvolvimento de pessoas.
Mas uma experiência desenvolvida na siderúrgica capixaba ArcelorMittal mostrou que, sabendo como atraí-los, os homens respondem bem às iniciativas, participando e absorvendo novos conceitos.
O desafio é conseguir captar a atenção dos homens para debater temas como sexualidade e saúde. Sandra Sabadini, assistente social da ArcelorMittal, quis ir além da medicina preventiva para explorar um campo mais complexo: o da intimidade dos funcionários.
Para isso desenvolveu-se um programa para colaboradores dos 28 aos 55 anos de idade, que se reúnem por dois dias em um hotel para atividades diversas, em grupos de 75, acompanhados por um sexólogo.
O resultado dessas ações, conta Sabadini, "foi impressionante". Ela avaliou, por exemplo, que a cultura masculina voltada para a medição do desempenho exercia enorme pressão nos colaboradores e que a chance que tiveram de compartilhar suas preocupações os "libertou" dessa carga.

Sem tensão
Mudanças comportamentais resultam em produtividade, mas muita tensão no ambiente de trabalho causa conflitos, compara Ana Cristina Limongi-França, coordenadora do Núcleo de Gestão da Qualidade de Vida no Trabalho da USP (Universidade de São Paulo).
Ir trabalhar tranquilo foi o que aliviou Raymundo Santos, 34, operador especial da ArcelorMittal. O profissional relata que nunca havia se preocupado tanto com a sua saúde e com os problemas de sua família.
"Aprendi a quebrar paradigmas e a dar mais valor à família. Virei até um atleta", conta o funcionário, que antes era sedentário e, hoje, participa da equipe de atletismo da firma.
Já Epifânio de Barros, 31, controlador de equipamentos, "não levava muita fé" na iniciativa e só foi por insistência da família. "Surpreendeu-me ver aquele monte de homem conversando sobre coisas íntimas. Tive uma educação muito machista", desabafa.
Os homens são atraídos a essas iniciativas pela curiosidade e, quando elas são bem estruturadas, geram maior rendimento, observa Limongi-França.

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