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recursos humanos
Homens aderem a diálogo sobre saúde e sexualidade
Participação promove aumento de produtividade
PAULA NUNES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Atrair homens para programas de saúde preventiva é um
desafio maior do que conseguir
o engajamento de mulheres
nessas iniciativas.
"Elas são mais desenvoltas
para falar de seus problemas e
muito mais empenhadas em se
manterem saudáveis", afirma
Sueli Estacione, diretora da
Dynargie Brasil, empresa de
treinamento e consultoria para
desenvolvimento de pessoas.
Mas uma experiência desenvolvida na siderúrgica capixaba
ArcelorMittal mostrou que, sabendo como atraí-los, os homens respondem bem às iniciativas, participando e absorvendo novos conceitos.
O desafio é conseguir captar
a atenção dos homens para debater temas como sexualidade
e saúde. Sandra Sabadini, assistente social da ArcelorMittal,
quis ir além da medicina preventiva para explorar um campo mais complexo: o da intimidade dos funcionários.
Para isso desenvolveu-se um
programa para colaboradores
dos 28 aos 55 anos de idade,
que se reúnem por dois dias em
um hotel para atividades diversas, em grupos de 75, acompanhados por um sexólogo.
O resultado dessas ações,
conta Sabadini, "foi impressionante". Ela avaliou, por exemplo, que a cultura masculina
voltada para a medição do desempenho exercia enorme
pressão nos colaboradores e
que a chance que tiveram de
compartilhar suas preocupações os "libertou" dessa carga.
Sem tensão
Mudanças comportamentais
resultam em produtividade,
mas muita tensão no ambiente
de trabalho causa conflitos,
compara Ana Cristina Limongi-França, coordenadora do
Núcleo de Gestão da Qualidade
de Vida no Trabalho da USP
(Universidade de São Paulo).
Ir trabalhar tranquilo foi o
que aliviou Raymundo Santos,
34, operador especial da ArcelorMittal. O profissional relata
que nunca havia se preocupado
tanto com a sua saúde e com os
problemas de sua família.
"Aprendi a quebrar paradigmas e a dar mais valor à família.
Virei até um atleta", conta o
funcionário, que antes era sedentário e, hoje, participa da
equipe de atletismo da firma.
Já Epifânio de Barros, 31,
controlador de equipamentos,
"não levava muita fé" na iniciativa e só foi por insistência da
família. "Surpreendeu-me ver
aquele monte de homem conversando sobre coisas íntimas.
Tive uma educação muito
machista", desabafa.
Os homens são atraídos a essas iniciativas pela curiosidade
e, quando elas são bem estruturadas, geram maior rendimento, observa Limongi-França.
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