São Paulo, domingo, 07 de dezembro de 2008

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ENTREVISTA

MARCOS CINTRA

Prefeitura amplia competência de pasta

Secretaria do Trabalho vai cuidar do desenvolvimento econômico do município

Na última terça-feira, o vereador eleito Marcos Cintra (PR), 63, foi empossado no cargo de secretário do Trabalho e Desenvolvimento Econômico da cidade de São Paulo. Cintra, que é vice-presidente da Fundação Getulio Vargas, afirma que a pasta é estratégica, uma vez que, num momento de crise internacional, terá o desafio de aprofundar os programas de empregabilidade para jovens e pessoas acima de 40 anos, além de atrair novos investimentos para a cidade. Em entrevista à Folha, o secretário comentou quais são suas principais metas para 2009. (MARIA CAROLINA NOMURA)


 

FOLHA - Quais são suas perspectivas na Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Econômico?
MARCOS CINTRA
- O mundo é hoje muito mais exigente em termos de qualidade para investimento e geração de emprego. Ter uma secretaria apenas no nível da oferta de trabalho -qualificando, requalificando, capacitando, dando informações para intermediar a mão-de-obra-, que é o que se fazia até agora, não é mais suficiente. Por isso a pasta hoje é a Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Econômico, que deixa de ser apenas uma prestadora de serviço de capacitação para atuar também como formuladora de política de desenvolvimento municipal. Atuaremos em duas frentes: capacitar a mão-de-obra e também desenvolver uma política econômica para o município que nos permita enfrentar essa crise e atrair investimentos.

FOLHA - Vai haver algum programa específico para o primeiro emprego ou para profissionais acima de 40 anos?
CINTRA
- Nós já temos atualmente uma gama bastante extensa de programas, como o Bolsa Trabalho, que qualifica e emprega o jovem. Gostaríamos de aprofundá-los, assim como os programas de reorientação e qualificação para pessoas com mais idade. Vamos trabalhar em sintonia com o Governo do Estado de São Paulo, que anunciou, recentemente, a criação de um grande banco de dados. Além disso, temos um programa de microcrédito muito importante. Na medida em que começa a haver um aumento do desemprego, o empreendedorismo, o auto-emprego e a atividade própria surgem como alternativas viáveis.

FOLHA - Vai haver alguma iniciativa concreta em relação a corte de impostos trabalhistas no que depender da esfera municipal?
CINTRA
- Nós não temos essa competência de fiscalização ou de cobrança de impostos. O que vamos fazer é atuar muito no mercado e fomentar o emprego tanto do lado da oferta -com qualificação, intermediação de mão-de-obra e microcrédito- como do da demanda -com a busca de investimentos e desenvolvimento da cidade.

FOLHA - Qual é o orçamento de 2009 para a pasta do trabalho?
CINTRA
- São R$ 130 milhões. Eu pretendo, com essa nova dinâmica, não só ir atrás de mais recursos, até internacionais, mas também aprofundar o nosso relacionamento com o Ministério do Trabalho.

FOLHA - Como a crise internacional vai afetar o emprego em São Paulo?
CINTRA
- Essa crise vai abalar a taxa de emprego. Não acredito, porém, que vamos ter uma crise de emprego com a gravidade que hoje está abatendo os Estados Unidos e a Europa. Estou otimista, porque países como o Brasil estão com uma política econômica responsável.
Acho que a taxa de desemprego vai aumentar. A solução será oferecer Bolsa Trabalho e, principalmente, capacitar a mão-de-obra para termos um quadro de trabalhadores e de operadores bem qualificados a fim de atender o mercado quando a demanda por trabalho retomar o curso normal.


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