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ENTREVISTA
MARCOS CINTRA
Prefeitura amplia competência de pasta
Secretaria do Trabalho vai cuidar do desenvolvimento econômico do município
Na última terça-feira, o vereador eleito Marcos Cintra
(PR), 63, foi empossado no cargo de secretário do Trabalho e Desenvolvimento Econômico da cidade de
São Paulo. Cintra, que é vice-presidente da Fundação
Getulio Vargas, afirma que a pasta é estratégica, uma
vez que, num momento de crise internacional, terá o
desafio de aprofundar os programas de empregabilidade para jovens e pessoas acima de 40 anos, além de
atrair novos investimentos para a cidade. Em entrevista à Folha, o secretário comentou quais são suas principais metas para 2009.
(MARIA CAROLINA NOMURA)
FOLHA - Quais são suas perspectivas na Secretaria do Trabalho e
Desenvolvimento Econômico?
MARCOS CINTRA - O mundo é hoje muito mais exigente em termos de qualidade para investimento e geração de emprego.
Ter uma secretaria apenas no
nível da oferta de trabalho
-qualificando, requalificando,
capacitando, dando informações para intermediar a mão-de-obra-, que é o que se fazia
até agora, não é mais suficiente.
Por isso a pasta hoje é a Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Econômico, que
deixa de ser apenas uma prestadora de serviço de capacitação para atuar também como
formuladora de política de desenvolvimento municipal.
Atuaremos em duas frentes:
capacitar a mão-de-obra e também desenvolver uma política
econômica para o município
que nos permita enfrentar essa
crise e atrair investimentos.
FOLHA - Vai haver algum programa específico para o primeiro
emprego ou para profissionais acima de 40 anos?
CINTRA - Nós já temos atualmente uma gama bastante extensa de programas, como o
Bolsa Trabalho, que qualifica e
emprega o jovem. Gostaríamos
de aprofundá-los, assim como
os programas de reorientação e
qualificação para pessoas com
mais idade. Vamos trabalhar
em sintonia com o Governo do
Estado de São Paulo, que anunciou, recentemente, a criação
de um grande banco de dados.
Além disso, temos um programa de microcrédito muito
importante. Na medida em que
começa a haver um aumento do
desemprego, o empreendedorismo, o auto-emprego e a atividade própria surgem como alternativas viáveis.
FOLHA - Vai haver alguma iniciativa concreta em relação a corte de
impostos trabalhistas no que depender da esfera municipal?
CINTRA - Nós não temos essa
competência de fiscalização ou
de cobrança de impostos. O que
vamos fazer é atuar muito no
mercado e fomentar o emprego
tanto do lado da oferta -com
qualificação, intermediação de
mão-de-obra e microcrédito-
como do da demanda -com a
busca de investimentos e desenvolvimento da cidade.
FOLHA - Qual é o orçamento de
2009 para a pasta do trabalho?
CINTRA - São R$ 130 milhões.
Eu pretendo, com essa nova dinâmica, não só ir atrás de mais
recursos, até internacionais,
mas também aprofundar o
nosso relacionamento com o
Ministério do Trabalho.
FOLHA - Como a crise internacional
vai afetar o emprego em São Paulo?
CINTRA - Essa crise vai abalar a
taxa de emprego. Não acredito,
porém, que vamos ter uma crise de emprego com a gravidade
que hoje está abatendo os Estados Unidos e a Europa. Estou
otimista, porque países como o
Brasil estão com uma política
econômica responsável.
Acho que a taxa de desemprego vai aumentar. A solução
será oferecer Bolsa Trabalho e,
principalmente, capacitar a
mão-de-obra para termos um
quadro de trabalhadores e de
operadores bem qualificados a
fim de atender o mercado
quando a demanda por trabalho retomar o curso normal.
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