São Paulo, domingo, 08 de agosto de 2004

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Por lei, firmas qualificam deficientes

DA REPORTAGEM LOCAL

A única inclusão profissional prevista pela legislação brasileira hoje -e, portanto, passível de fiscalização pelo Ministério do Trabalho-, é a de portadores de deficiência física. A determinação, estabelecida por decreto-lei de 1999, exige que empresas com mais de cem funcionários tenham de 3% a 5% das suas posições preenchidas por deficientes.
Ainda assim, a dificuldade de localizar mão-de-obra qualificada para o cumprimento das cotas é a queixa dos empresários.
"Conseguimos cumprir a cota exigida pela lei, mas o ponto é que faltam profissionais no mercado", diz Marcos Valença, da Arvin Meritor. "Vamos desenvolver um programa para ampliar o número de portadores de deficiência na empresa que necessariamente passará pela qualificação."
A Siemens estreou iniciativa semelhante neste mês, batizada de Programa de Capacitação Dominó, que visa ampliar o quadro de colaboradores com a inclusão de deficientes, qualificando-os antes.
De acordo com a empresa, cerca de 30 já foram integrados na companhia com o programa, elevando para 107 o número de colaboradores com esse perfil. O objetivo é chegar a 200.
Expandir a inclusão de deficientes também é a primeira meta do programa de diversidade da American Express, que, em seguida, pretende emplacar estratégias para formação e retenção de profissionais negros. "Estamos formatando maneiras de atingir esses objetivos, e as ações devem começar a ser implementadas ainda neste ano", diz o presidente da companhia, Hélio Magalhães.
Segundo ele conta, a intenção está relacionada à captação e ao desenvolvimento de talentos. "Conseguimos lidar bem com a inclusão de mulheres e ganhamos excelentes profissionais. Podemos fazer isso com outros grupos. Afinal, é óbvio que os negros enfrentam uma dificuldade para se inserir no mercado", completa. Hoje a American Express do Brasil não tem diretores negros.
Já opção sexual é um tema mais delicado. O assessor cultural C.C., 29, que vive com um parceiro do mesmo sexo, diz que não tomaria parte em um comitê GLBT. "A discussão é importante, mas não sei se me sentiria à vontade."


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