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CORPO QUE FALA
Gestos devem condizer com o currículo e com a entrevista
Movimentos causam desconfiança quando não são embasados em conteúdo
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A linguagem corporal é importante, mas não convencerá
cliente, chefe ou entrevistador
se for apenas um teatro sem
conteúdo. É preciso ter conhecimento do tema abordado e
do público espectador.
"O assunto [da reunião] tem
de ser relevante para quem está
ouvindo", afirma o gerente de
relacionamento Sérgio Ribeiro
da Cruz, da Medical Systems.
Sem consciência do que se
fala, a encenação é percebida, e
a discordância entre gestos e
discurso causa desconfiança.
"Numa entrevista [para emprego] de uma ou duas horas, o
candidato que estiver atuando
não conseguirá manter isso por
muito tempo", ressalta Margareth Mendes, gerente de recursos humanos do Grupo Linx,
especializado em soluções
tecnológicas para empresas de
varejo e atacado.
Cautela
É importante que os gestos
sejam condizentes com personalidade e experiência. "A chave é o autoconhecimento. Isso
se traduz nos gestos", diz Solange Iara de Souza Teixeira, da
consultoria em RH Dimensão.
Numa entrevista de emprego, por exemplo, ter consciência de suas limitações, assim
como de seu potencial, dá ao
candidato a segurança para enfrentar o desafio. Isso transparece na linguagem corporal,
analisa Teixeira.
Apesar dos manuais e glossários de linguagem corporal, é
preciso cautela para não levar
sinais não verbais sempre ao pé
da letra. Eles podem virar armadilhas se não forem analisados junto com outros fatores.
Em uma entrevista para
emprego, gerentes e consultores de recursos humanos levam
a postura e o gestual em conta,
mas como parte de uma avaliação mais geral.
"É preciso aliá-las à parte
verbal, ao currículo e à entrevista", alerta Teixeira.
A consultora acrescenta que
o correto é falar em "possíveis
interpretações de sinais". Uma
atitude que, às vezes, é entendida como indicação de mentira,
como encolher os braços e as
pernas, na tentativa de se retrair, pode significar apenas
que o candidato é tímido.
"É impossível atribuir o
mesmo significado de um gesto
para muitas pessoas", acrescenta Gilberto Cury, presidente da SBPNL.
Cruzar os braços, por exemplo, em geral é traduzido como
um gesto defensivo ou de discórdia. Mas, aponta Cury, durante uma palestra, essa ação
pode simplesmente ser parte
do esforço que a pessoa faz para
ouvir com mais atenção.
Leituras múltiplas
A escritora Judi James dá a
essa atitude diversos significados. Enquanto cruzar os braços
em um autoabraço pode significar insegurança, uma pessoa
descontraída, mas atenta, pode
fazê-lo de maneira uniforme,
sem pressionar o corpo.
Cruzar as pernas e ficar balançando o pé geralmente é sinal de ansiedade. "[Mas, às vezes,] a pessoa tem muita energia e não consegue ficar uma ou
duas horas só falando. Pode ser
um tique, que ela faz mesmo
quando está assistindo à TV",
pondera Margareth Mendes,
do Grupo Linx.
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