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MEU PRIMEIRO EMPREGO
Scarpa recebia os fardos de algodão
da Reportagem Local
Quem pensa que ele nunca trabalhou está enganado. "Comecei
aos 15 anos de idade, na Fiação e
Tecidos Nossa Senhora do Carmo", conta Chiquinho Scarpa, 45.
Na empresa, em Sorocaba (87 km
a oeste de São Paulo), recebia os
caminhões com fardos de algodão.
"Os caminhões paravam e desciam os fardos", lembra ele, que
faz uma brincadeira. "Eles então
diziam: 'Olha lá o filho do dono' e
jogavam os fardos bem em cima de
mim." Passou depois por vários
setores -abertura dos fardos, tinturaria, vendas, entre outros.
"Aos 25 anos, quando assumi a
presidência das Organizações
Scarpa, conhecia cada parafuso."
Depois, passou por outras empresas da família, como a Skol.
Mesmo assim, nega o rótulo de
filhinho de papai. "Meu pai nunca
deu moleza", diz o herdeiro dos
Scarpa, que mora em uma praça
nos Jardins (zona sul de São Paulo)
que leva o nome de seu avô, Nicolau Scarpa, e trabalha na avenida
Paulista, no edifício Scarpa.
Segundo ele, de salário mesmo,
hoje recebe R$ 1.086. No entanto,
ao ser questionado sobre o quanto
ganha, responde: "O suficiente
para viver bem".
(LUÍS PEREZ)
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