São Paulo, domingo, 12 de maio de 2002

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Priorizar só o trabalho é erro, diz especialista

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma "tendência à desqualificação massiva do mercado de trabalho" é o resultado observado pelo professor titular do programa de pós-graduação em educação da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), Alípio Casali, 55, diante da falta de dedicação dos estudantes aos conteúdos transmitidos em sala de aula.
"A inexistência de tempo para estudar prejudica a aprendizagem e a assimilação. Para concluir bem uma graduação, o ideal é dedicar uma hora de estudo diária para cada hora de aula. Na pós-graduação, entre três e cinco horas", explica.
Para ele, a realidade atual é uma equação desequilibrada em que "o tempo do mercado se sobrepõe ao tempo de formação cultural do estudante".
Casali afirma ainda que o próprio estagiário acaba sendo vítima da sua má formação. "Como a bagagem dele é ruim, o mercado não o contrata. Não há efetivação após o estágio."

Dois lados da moeda
Não é o que pensa a supervisora de acompanhamento de estágios do CIEE, Vera Lúcia Marques. "A efetivação depende de vários fatores. Não dá para generalizar dizendo que quem estagiou oito horas foi mal na faculdade. O que define se o estágio é válido ou não é a qualidade do programa aplicado, e não a jornada", ressalta.
A profissional explica ainda que não estagiar também concentra riscos para a carreira dos iniciantes. "Quem chega ao final do curso sem nenhuma experiência reduz bastante suas chances no mercado. São os dois lados da moeda." (TD)


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