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São Paulo, domingo, 13 de julho de 2003

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MIL VAGAS

Número de cargos diminui, e profissionais já não dedicam 100% do seu tempo a uma única corporação

Carreira em grandes empresas começa a ganhar outro porte

Fernando Moraes/Folha Imagem
Ellen Ferraz começou como trainee na PricewaterhouseCoopers


RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Trabalhar em uma grande empresa, brasileira ou estrangeira, sempre foi sinônimo de "mar calmo": maiores chances de alcançar altos salários, de internacionalizar a carreira e de participar de programas de desenvolvimento profissional e de atualização. Mas as "marolas" já são visíveis.
"Os setores de recursos humanos dessas empresas terão pela frente o grande desafio de administrar os relacionamentos jurídicos entre empregado e empregador, pois as relações trabalhistas estão se flexibilizando. Muitos profissionais já atuam por projetos e não dedicam 100% do seu tempo a uma única empresa", diz Elaine Saad, da consultoria RightSaadFellipelli.
As chances de crescimento "vertical" também já não são inúmeras. Na Embratel, por exemplo, há quatro anos, existiam 500 cargos. Hoje são cerca de 50, segundo seu diretor de RH, Joaquim de Sousa Correia. O mesmo fenômeno vem ocorrendo na IBM. "Neste ano até aumentamos nossos quadros [4.223 funcionários, contra 3.717 em 2002], porém algumas áreas se mantiveram bem enxutas, houve redirecionamento de posições", diz Paulo Portela, diretor de RH da empresa.
Isso cria a necessidade de os profissionais serem cada vez mais generalistas, mas também gera novas oportunidades. Na IBM, as carreiras, se já não se desenvolvem tanto no sentido vertical, agora podem ter formato de "Y". "O profissional pode tentar um cargo gerencial ou ser um técnico com nível equivalente ao de um diretor", explica.
Em termos de salário, as grandes ainda lideram (veja quadro), mas isso também já começa a mudar. "Em geral, no início da carreira, os salários são maiores nas grandes corporações. No meio do caminho, as médias disputam os melhores profissionais e, como não podem competir em chances de crescimento, acabam remunerando melhor", diz o professor André Fischer, coordenador do curso de graduação em administração e do MBA-RH da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade).
Para ele, há outros aspectos a serem considerados, como o fato de que nas médias o maior contato pessoal pode ajudar os profissionais a ocupar espaços a que normalmente não teriam acesso nas grandes. "Mas sempre há a limitação do tamanho da empresa."


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