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São Paulo, domingo, 14 de setembro de 2003

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CARREIRA

Exigência é estar sempre atento às transformações do mercado de trabalho

Mercado em geral pede especialista

SILVIA RIBEIRO
FREE-LANCE PAR A FOLHA

A advogada Viviane Pagani ainda não completou 30 anos e já ostenta um salário maior que o de muitos colegas de profissão. Seu segredo? A especialização profissional. "Ganho cerca de cinco vezes mais do que um advogado que trabalha no trivial, sem uma especialização", explica.
Além de carregar no currículo mestrado na Universidade de Houston, no Texas, e experiência profissional nos Estados Unidos, a jovem de 29 anos ainda goza de mais uma vantagem. Ela atua num campo que está em franca ascensão no Brasil: o direito da saúde. "Não faltam clientes", relata a advogada, que hoje presta assessoria jurídica a duas clínicas.

Vantagens
Em linha com a experiência de Pagani, a diretora de assessoria e gestão de recursos humanos da KPMG, Patrícia Molino, 36, avalia que escolhas específicas escondem grandes vantagens. "Geralmente, quanto mais especializado for o profissional, maior o seu salário", observa.
As chances de êxito dos profissionais especializados são maiores, segundo ela. "Eles passam a ser únicos, já que detêm uma experiência que poucos possuem no mercado", aponta.
Graduada em química e especialista em gestão ambiental, Rosângela Moraes, 36, também se aproveitou de sua experiência e das condições do mercado para implementar o seu negócio.
Durante 15 anos, trabalhou na fábrica da Kaiser instalada em Divinópolis (MG), onde atuava na área de preservação do ambiente. Quando a unidade fechou, aliou-se a um colega e montou uma consultoria na área ambiental.
"Na região, quase não há empresas do ramo. E a legislação ambiental é cobrada de todas as companhias", afirma ela. Criada no ano passado, a consultoria trata de questões relativas a licenciamento ambiental e outorga para captação de água pelas fábricas.

Jogo de cintura
Atualizações constantes e atenção às inovações também são recomendadas aos especialistas. Com 15 anos de experiência em administração de institutos culturais, Mariah Villas Boas, 56, não abre mão de cursos de museologia e de história da arte, além de palestras e workshops em museus internacionais, como o Louvre.
"Procuro estar sempre aprendendo", comenta a especialista, que já trabalhou no Arquivo do Estado e na Bienal de São Paulo. Foi a paixão pela arte, herdada de sua família, que levou a socióloga a se aprofundar no segmento de gestão de museus. E ela não esconde o prazer pela atividade. "É uma função muito gostosa", diz.
Em suas atividades no meio cultural, aproveita a sociologia para compreender as questões políticas. Há um ano, uniu-se a uma advogada e criou uma assessoria que capta recursos na iniciativa privada para projetos culturais. Para isso, precisa ter "jogo de cintura para viabilizar projetos que parecem impossíveis", conta.


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