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VIDA PROFISSIONAL
"Ninguém sabe o peso de condenar a 20 anos de prisão'
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Quando se perde uma causa
na Justiça, há a possibilidade de
recorrer novamente em segunda instância. Quem faz esse julgamento final é um desembargador, antes juiz de primeira
instância, que é promovido ao
cargo no final da carreira.
Em mais de 34 anos de carreira, o desembargador Celso Limonge já julgou diversos tipos
de processo, como o da morte
de sete crianças em uma sessão
de magia negra autorizada pelas próprias mães. Ele confessa
que, às vezes, se assusta com o
caso. "São coisas que a gente
não pode nem acreditar."
Um juiz não pode ser um julgador, mas a figura que aplica a
justiça na medida certa. Um caso não pode irritá-lo pessoalmente; sua indignação não pode ser refletida no processo.
"Ninguém sabe o peso que é
condenar alguém a 20 anos de
prisão. E a gente faz isso várias
vezes por dia. Temos que desfazer um dilema e não podemos nos furtar disso", explica.
O volume de trabalho é grande. São mais de dez horas por
dia, cerca de 18 processos por
semana, além dos casos de habeas corpus. Quando a Folha
chegou a seu gabinete, um dos
trabalhos era um processo de
33 volumes -com cerca de 220
páginas em cada um deles.
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