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São Paulo, domingo, 14 de setembro de 2003

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FONOAUDIOLOGIA

"Médico" da comunicação cuida da voz, que pode refletir humor

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Assim como um sorriso largo ou um olhar triste, nossa voz e nossa maneira de falar refletem quem somos, como somos e como estamos nos sentindo em um determinado momento. A produção da voz pode passar as idéias de credibilidade, de firmeza e de segurança -ou o contrário. Certamente um amigo pode reconhecer se você estiver rouco ou chorando quando atender o telefone.
Preparado para analisar as questões da comunicação em seu sentido mais amplo, o fonoaudiólogo é o profissional que avalia, diagnostica, trata e previne alterações da voz e da fala, da linguagem e da audição.
"Pode-se trabalhar na reabilitação de deficientes auditivos, no tratamento de problemas de mastigação, no auxílio a adultos que sofreram um derrame e tiveram a cognição alterada, no tratamento de casos de afasia (perda da fala) e de disfagia (dificuldade de deglutição). Ampliando ainda mais o campo de atuação, pode-se realizar tratamentos com ginástica facial e orientação de movimentos do rosto para melhorar a expressão. Outra área é o trabalho com cantores, atores, locutores e repórteres", enumera Leny Rodrigues Kirillos, 40, doutora em ciências dos distúrbios da comunicação e professora da PUC-SP.
Pode-se dizer que a medicina é para o corpo o que a fonoaudiologia é para a comunicação.
"Não existe ainda uma política pública de inserção desses profissionais nos sistemas de saúde e educacional, mas a formação do fonoaudiólogo já adquiriu por aqui um caráter científico, com um maior aprofundamento e no patamar dos países de Primeiro Mundo", analisa Fernanda Dreux Miranda Fernandes, 45, coordenadora do curso de fonoaudiologia da USP.
É preciso gostar de lidar com o público, ter vocação para atender pacientes e para conseguir tornar pessoas mais aptas à sociedade. "Muitas vezes, o retorno é demorado, mas muito gratificante", diz Maria Cecília Marconi Pinheiro Lima, 48, coordenadora do curso de fonoaudiologia da Unicamp.
A fonoaudiologia veio da área da educação, mas depois foi se direcionando para as questões da saúde. Porém, além dos trabalhos de prevenção e de tratamento dos problemas da linguagem, esses profissionais podem exercer atividades mais técnicas, como analisar e reconhecer vozes gravadas.


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