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FONOAUDIOLOGIA
"Médico" da comunicação cuida da voz, que pode refletir humor
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Assim como um sorriso largo
ou um olhar triste, nossa voz e
nossa maneira de falar refletem
quem somos, como somos e como estamos nos sentindo em um
determinado momento. A produção da voz pode passar as idéias
de credibilidade, de firmeza e de
segurança -ou o contrário. Certamente um amigo pode reconhecer se você estiver rouco ou chorando quando atender o telefone.
Preparado para analisar as
questões da comunicação em seu
sentido mais amplo, o fonoaudiólogo é o profissional que avalia,
diagnostica, trata e previne alterações da voz e da fala, da linguagem e da audição.
"Pode-se trabalhar na reabilitação de deficientes auditivos, no
tratamento de problemas de mastigação, no auxílio a adultos que
sofreram um derrame e tiveram a
cognição alterada, no tratamento
de casos de afasia (perda da fala) e
de disfagia (dificuldade de deglutição). Ampliando ainda mais o
campo de atuação, pode-se realizar tratamentos com ginástica facial e orientação de movimentos
do rosto para melhorar a expressão. Outra área é o trabalho com
cantores, atores, locutores e repórteres", enumera Leny Rodrigues Kirillos, 40, doutora em ciências dos distúrbios da comunicação e professora da PUC-SP.
Pode-se dizer que a medicina é
para o corpo o que a fonoaudiologia é para a comunicação.
"Não existe ainda uma política
pública de inserção desses profissionais nos sistemas de saúde e
educacional, mas a formação do
fonoaudiólogo já adquiriu por
aqui um caráter científico, com
um maior aprofundamento e no
patamar dos países de Primeiro
Mundo", analisa Fernanda Dreux
Miranda Fernandes, 45, coordenadora do curso de fonoaudiologia da USP.
É preciso gostar de lidar com o
público, ter vocação para atender
pacientes e para conseguir tornar
pessoas mais aptas à sociedade.
"Muitas vezes, o retorno é demorado, mas muito gratificante", diz
Maria Cecília Marconi Pinheiro
Lima, 48, coordenadora do curso
de fonoaudiologia da Unicamp.
A fonoaudiologia veio da área
da educação, mas depois foi se direcionando para as questões da
saúde. Porém, além dos trabalhos
de prevenção e de tratamento dos
problemas da linguagem, esses
profissionais podem exercer atividades mais técnicas, como analisar e reconhecer vozes gravadas.
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