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RH
Empregados bem tratados produzem mais e melhor
Benefícios reduzem gastos de empresas
da Reportagem Local
Mesmo nesses tempos bicudos
em que trabalhadores, como os
metalúrgicos paulistas, aceitam
até perder dinheiro em troca do
emprego, há empresas que se
preocupam em agradar a seus funcionários com um pacote de benefícios atraentes.
A Folha conferiu essa tendência
em sete empresas de grande porte,
que atuam em várias áreas. Seus 61
mil funcionários podem se considerar privilegiados. Eles fazem
parte de uma minoria no universo
de mais de 74 milhões de trabalhadores do país.
Vale lembrar que o que pode parecer extravagância ou até benevolência representa, na verdade, uma
economia, diz Sérgio Amad, 39,
professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e consultor.
A taxa de rotatividade também
tende a diminuir. No caso do
BankBoston, caiu pela metade há
quatro anos, quando o programa
de benefícios e treinamento foi incrementado.
"O lucro da empresa aumenta,
pois os funcionários produzem
mais", diz Marcelo Santos, 35, diretor de RH do banco.
Nem mesmo a crise nas Bolsas de
Valores derrubou os benefícios
concedidos aos empregados do
BankBoston neste final de ano. Do
office boy ao presidente, todos
embolsaram pelo menos R$ 3.000
com a venda de ações do banco. O
BankBoston converteu 10% do salário anual de cada funcionário em
ações, que valorizaram 57% em 97.
A Coca-Cola, por exemplo, cobre todos os gastos dos funcionários com saúde, incluindo tratamento psiquiátrico e psicológico
(dez sessões por mês), além de
atendimento especial para filhos
excepcionais de funcionários.
Gastos com preservativos, fraldas descartáveis (por 18 meses) e
remédios são reembolsados em
75% (durante todo o tratamento).
Segundo Mônica Vieira, 40,
coordenadora do plano médico, a
empresa "não faz isso tudo por
simples generosidade". Para cada
US$ 1 investido nesses programas,
há uma economia de US$ 4.
Na AGF Seguros, os funcionários
não gastam com educação de nível
superior. Custos com graduação e
pós-graduação correm por conta
da empresa. Além disso, quem casa recebe dois salários e quem tem
filhos, mais R$ 80 por criança para
ajudar a pagar o salário da babá.
Já na Copesul, empresa do ramo
petroquímico do Rio Grande do
Sul, ao sair de férias, o funcionário
recebe um salário inteiro a mais.
Nas indústrias Votorantim,
quem for demitido recebe 70% do
último salário por ano de trabalho,
além dos benefícios legais.
(CARLA ARANHA SCHTRUK)
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