São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 1997.



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RH
Empregados bem tratados produzem mais e melhor
Benefícios reduzem gastos de empresas

da Reportagem Local

Mesmo nesses tempos bicudos em que trabalhadores, como os metalúrgicos paulistas, aceitam até perder dinheiro em troca do emprego, há empresas que se preocupam em agradar a seus funcionários com um pacote de benefícios atraentes.
A Folha conferiu essa tendência em sete empresas de grande porte, que atuam em várias áreas. Seus 61 mil funcionários podem se considerar privilegiados. Eles fazem parte de uma minoria no universo de mais de 74 milhões de trabalhadores do país.
Vale lembrar que o que pode parecer extravagância ou até benevolência representa, na verdade, uma economia, diz Sérgio Amad, 39, professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e consultor.
A taxa de rotatividade também tende a diminuir. No caso do BankBoston, caiu pela metade há quatro anos, quando o programa de benefícios e treinamento foi incrementado.
"O lucro da empresa aumenta, pois os funcionários produzem mais", diz Marcelo Santos, 35, diretor de RH do banco.
Nem mesmo a crise nas Bolsas de Valores derrubou os benefícios concedidos aos empregados do BankBoston neste final de ano. Do office boy ao presidente, todos embolsaram pelo menos R$ 3.000 com a venda de ações do banco. O BankBoston converteu 10% do salário anual de cada funcionário em ações, que valorizaram 57% em 97.
A Coca-Cola, por exemplo, cobre todos os gastos dos funcionários com saúde, incluindo tratamento psiquiátrico e psicológico (dez sessões por mês), além de atendimento especial para filhos excepcionais de funcionários.
Gastos com preservativos, fraldas descartáveis (por 18 meses) e remédios são reembolsados em 75% (durante todo o tratamento).
Segundo Mônica Vieira, 40, coordenadora do plano médico, a empresa "não faz isso tudo por simples generosidade". Para cada US$ 1 investido nesses programas, há uma economia de US$ 4.
Na AGF Seguros, os funcionários não gastam com educação de nível superior. Custos com graduação e pós-graduação correm por conta da empresa. Além disso, quem casa recebe dois salários e quem tem filhos, mais R$ 80 por criança para ajudar a pagar o salário da babá.
Já na Copesul, empresa do ramo petroquímico do Rio Grande do Sul, ao sair de férias, o funcionário recebe um salário inteiro a mais.
Nas indústrias Votorantim, quem for demitido recebe 70% do último salário por ano de trabalho, além dos benefícios legais.
(CARLA ARANHA SCHTRUK)



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