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RH
Programas representam salário indireto para funcionários e economia para empresas que reforçam seus pacotes
Saúde total é vedete entre os benefícios
da Reportagem Local
"Sou uma beneficiária sênior",
afirma, rindo, Maria Tereza Romano Alves, 31, analista financeira
da Coca-Cola, no Rio.
A chegada do primeiro filho, Rafael, em junho deste ano, acrescentou vários novos itens na lista de
benefícios que ela já utilizava. Com
isso, Maria Tereza calcula que economizou em torno de US$ 9.000
do seu salário, neste ano.
Teria gasto cerca de US$ 10 mil só
para pagar o parto e as consultas
com o obstetra. A empresa pagou
75% do total e financiou o resto em
12 vezes, sem juros. Isso sem contar o estoque de fraldas do filho
Rafael, que a empresa banca.
Para manter a forma, Maria Tereza não precisa gastar com academia de ginástica. Frequenta as instalações disponíveis na empresa.
O pediatra, conveniado ao programa de assistência médica da
empresa, pede R$ 250 por uma
consulta particular.
"Com o meu salário seria meio
complicado bancar isso tudo. Não
quero sair daqui nunca", diz a analista, que contabiliza todos os benefícios como salário indireto.
Segundo o consultor de RH (recursos humanos) Simon Franco, a
empresa não é nada boba em querer segurar o funcionário. Faz isso
por dois motivos claros: manter
talentos e diminuir gastos com demissão e contratação.
Para ele, as empresas com uma
forte política de benefícios também costumam investir em treinamento. "Ninguém quer treinar e
lapidar pessoas que um ano depois
vão para outro lugar. Seria jogar
fora dinheiro e tempo."
Benefícios magros já afugentam
aqueles funcionários que fazem as
contas e percebem o quanto é importante essa remuneração indireta, segundo Antônio Motta Carvalho, 52, sócio da consultoria Amthorp International.
"A concorrência entre as empresas aumenta e por isso está se
tornando uma tendência oferecer
um bom pacote de remuneração
indireta", afirma Carvalho.
Para o diretor-executivo Geraldo
Magela Xavier Lopes, 33, da AGF
Seguros, o pacote de benefícios foi
decisivo para impulsionar a troca
de emprego, que praticamente não
envolveu aumento salarial.
Assistência médica sem custo
para o funcionário é o item mais
interessante, segundo Lopes.
A advogada Elisa Pakamoto, 42,
colega de Lopes, diz que pensaria
duas vezes antes de aceitar uma
oferta de trabalho de outra empresa. Ela teve a primeira filha em junho de 96 e recebe ajuda de R$ 80
mensais para pagar a babá, com
salário de R$ 200. "É uma ajuda
muito boa. Aqui, todas recorrem a
esse benefício."
Marco Camerini, 32, gerente sênior para nichos de mercado do
BankBoston, afirma que só o plano de saúde do banco representa
uma tranquilidade a mais.
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