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São Paulo, domingo, 15 de junho de 2003

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TRABALHO TEMPORÁRIO
Substituição de grevistas e inclusão do trabalho rural são polêmicas da proposta, a ser votada dia 18

Senado avalia mudanças na contratação

DA REPORTAGEM LOCAL

Mudanças à vista no mercado de trabalho temporário. No dia 18/6 (quarta-feira) deverá ser votado, em caráter de urgência, pela Comissão do Trabalho do Senado Federal, um substitutivo da lei que rege as contratações por tempo determinado (nš 6.019/74).
Se aprovada no Congresso, a nova lei instituirá o direito à contratação de temporários para substituir grevistas nas situações em que eles desobedecerem à lei e ampliará o universo de contratantes (que antes se restringia às empresas urbanas) à área rural.
Não é a primeira vez que o tema vem à tona no Congresso. Em 1998, um projeto de lei (nš 4.302/ 98) propôs mudanças como o aumento do prazo do contrato de trabalho temporário de 120 para 180 dias, por exemplo.
Aprovado pelo Senado, esse mesmo projeto, entretanto, ganhou outras modificações, resultando no substitutivo que vai à votação nesta semana. Mas as novas emendas não têm sido bem-aceitas pelos juízes do trabalho (confira detalhes no quadro).

Trabalho escravo
A Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho) tem contestado enfaticamente o novo texto por enxergar nele ameaças à CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), práticas inconstitucionais e até incentivo ao trabalho escravo.
Juntamente com outras instituições que combatem a mão-de-obra escrava, como a CPT (Comissão Pastoral da Terra) e a Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, a associação redigiu uma nota oficial em repúdio à criação de postos temporários no setor rural.
"Isso facilitará bastante a ação dos "gatos" [intermediários de mão-de-obra]", comentou o presidente da Anamatra, Grijalbo Fernandes Coutinho.
Relator da matéria na comissão do Senado, o deputado Sandro Mabel (PFL-GO) defende o substitutivo. Na opinião dele, a extensão do trabalho temporário ao ambiente rural visa regularizar práticas ilegais que existem nas propriedades de fora das cidades.
"As relações trabalhistas mudaram. O trabalho informal está ganhado espaço, e a meta deve ser garantir o dinheiro de quem trabalha", justifica. (TATIANA DINIZ)


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