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saúde corporativa
Sobrecarga de trabalho prejudica a gestação
Redução do peso do bebê e parto prematuro são alguns dos riscos
DA REPORTAGEM LOCAL
Acostumada a lidar com pacientes grávidas que não mudam a rotina frenética de trabalho para não prejudicar a carreira, a médica Mariza Kumi
Kataguiri quase foi vítima de
sua própria dedicação.
Aos quatro meses de gestação, foi obrigada a diminuir o
ritmo no consultório pela metade - caso contrário, colocaria
em risco a vida de seu bebê.
"Entrei em trabalho de parto
prematuro e levei pontos no colo do útero", diz a ginecologista.
A ortodontista Ana Maria
Lopes, 37, também teve de adotar uma nova rotina, especialmente depois de ter sangramentos durante a gravidez. Diminuiu a jornada de trabalho
de 14 para 10 horas diárias.
"Tive que ficar uma semana
em repouso e fiquei mais cansada do que se estivesse no consultório. Sou muito agitada."
A coordenadora do curso para gestantes do Hospital do Servidor Público, Marisa Klug,
assinala que conciliar produtividade no trabalho e gravidez
saudável é, atualmente, o grande dilema da mulher moderna.
Um conflito que se agrava depois do nascimento do bebê.
"Elas esquecem que a maternidade não termina no parto.
As mulheres que têm na carreira a grande preocupação de
suas vidas freqüentemente não
amamentam e "terceirizam" as
crianças, deixando-as no berçário ou com uma babá durante
oito, dez horas por dia."
A solução para esse impasse,
segundo Klug, ainda não existe.
Alternativas
"O fato de estar grávida não
alterou minha produtividade.
Eu mesma me impus a obrigação de conseguir fazer tudo.
Meu colegas tampouco foram
mais solidários comigo por causa da gravidez", lembra a gerente de uma multinacional Marcela Monteiro de Carvalho, 36,
que diz ter trabalhado até a véspera do nascimento do filho.
A rotina na empresa -que
variava de 12 a 15 horas diárias-, contudo, rendeu-lhe estresse e fadiga, sintomas comuns às gestantes workaholic.
Segundo a médica Mariza
Kumi Kataguiri, elas ainda correm o risco de ter anemia, varizes, pressão alta e taquicardia.
A saúde do bebê também fica
comprometida. "A sobrecarga
pode acarretar trabalho de parto prematuro e diminuição de
peso do bebê", alerta Kataguiri.
Para amenizar os malefícios
do estresse, a advogada Angélica Santos Torres, 29, grávida de
cinco meses, adotou hidroginástica e drenagem linfática.
"Como fico o tempo todo sentada, o médico me aconselhou a
fazer caminhadas de cinco minutos a cada duas horas."
Já a secretária Daniela de
Oliveira Giovanetti, 31, que está
no oitavo mês de gestação, dá a
sua receita de bem-estar: incluir mais frutas no cardápio e
roupas confortáveis no guarda-roupa, além de trocar o salto alto pelo sapato de solado baixo.
(MARIA CAROLINA NOMURA)
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