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São Paulo, domingo, 17 de agosto de 2003

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ENSINO A DISTÂNCIA

Tecnologia possibilita união de alunos de países diferentes em uma mesma turma

Internet e telefone ganham dimensão de uma sala de aula

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O professor de inglês pede aos alunos que observem a foto de um homem de terno e gravata em frente a uma prateleira cheia de livros. E pergunta: "Qual é a profissão deste homem?". Os alunos levantam as mãos. Cada um responde de uma vez, dando asas à imaginação. É uma aula de inglês comum, a não ser por um detalhe: cada um, professor e estudantes, está em um país diferente. Será o fim da era dos cursos em fascículos? Hoje, escolas como a Englishtown e a GlobalEnglish têm chats de voz e outras ferramentas que permitem ao aluno estar em classe na hora em que quiser, sem sair de casa (veja lista de contato das escolas na pág. 15).
Clicando em um botão em forma de mão, o aluno pede licença para falar. Ele é ouvido e pode ouvir a todos através de um fone de ouvido com microfone. As duas escolas oferecem acesso livre 24 horas por dia. Na Englishtown, porém, as aulas de conversação, que acontecem a cada hora cheia, são limitadas a 30 por mês.
"Tenho três filhos pequenos e não posso sair. A internet foi a maneira que encontrei para voltar a estudar", conta a analista de informática Claudia Giglio, 35. "Tem de ter disciplina", afirma.

Por telefone
Na Companhia de Idiomas (inglês, francês e espanhol), a opção é do aluno. Ele pode fazer aulas presenciais e complementar com módulos a distância ou comprar apenas os últimos, que não se restringem à internet. O telefone e o e-mail também viram ferramentas de ensino e fazem sucesso entre os executivos, que dependem de ligações internacionais e de mensagens eletrônicas em outra língua para fechar negócios.
Para estudar alemão, os sites da Deutsche Welle e do Instituto Goethe são os principais. O primeiro tem um curso inteiramente pela internet, e o interessado baixa os arquivos gratuitamente. É indicado para quem gosta de estudar sozinho. No Goethe, o curso pode ser feito on-line ou através de CD-ROM e tem acompanhamento de professores.
A Seven oferece inglês totalmente on-line, mas propõe que haja uma parte presencial. "Dá mais motivação", diz Fernanda Damigo, coordenadora pedagógica e de e-learning da escola. O Yázigi e a Cultura Inglesa também criaram sites com várias ferramentas para auxiliar o estudo pela internet, mas ambas não dispensam a parte presencial. A internet, no caso, é só para reforço.
O ensino a distância vem ganhando terreno, mas, na hora de escolher um curso, é bom ter alguns cuidados (veja quadro). Os especialistas não recomendam o modelo a todos. "O aprendizado a distância é menos adequado nos níveis básicos. Quem está no nível intermediário ou no avançado tem maior autonomia", diz Paulo Oliveira, do Centro de Ensino de Línguas da Unicamp. (RGV)


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