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São Paulo, domingo, 17 de agosto de 2003

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TRADUZINDO

Aprendizado tem sempre a dose de esforço solitário

NELSON ASCHER
poeta, tradutor e colunista da Folha

Há um ponto no aprendizado das línguas estrangeiras que é sempre autodidático. Refiro-me ao que seria o momento do "click", o momento preciso em que uma língua qualquer começa a fazer sentido dentro de nossas cabeças.
Isso nem o melhor professor pode ensinar. Apesar, por exemplo, de ter aprendido inglês em escolas, não comecei a me sentir como um verdadeiro falante da língua antes de, sozinho, ter lido um livro inteiro.
Se eu já havia sido informado das estruturas gramaticais e sintáticas, se já havia recebido um repertório lexical, tudo para se juntar e ser, de certa forma, "ativado" em meu cérebro precisou desse esforço de atenção e paciência, que consistiu em ler um romance (no caso foi "O Retrato de Dorian Gray", de Oscar Wilde) com um dicionário na mão, consultado sempre quando uma palavra parecia indispensável.
Mesmo uma língua aprendida do modo convencional requer dose de autodidatismo. A combinação de aprendizado formal e esforço solitário nunca deixa de se apresentar, variando conforme a língua, o temperamento e os objetivos.


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