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Os autodidatas são, por natureza, estrategistas, segundo os especialistas. São pessoas que conseguem desenvolver formas de associação entre o conhecimento prévio e o novo, o que facilita as atividades nas quais se engajam.
"As vantagens da utilização dessas estratégias podem ser visíveis tanto na leitura em língua materna como em outros idiomas", afirma Maximina Freire, presidente da Alab (Associação de Linguística Aplicada do Brasil).
Para Vilson Leffa, professor de linguística aplicada na Universidade Católica de Pelotas (RS), no entanto, o autodidata, rigorosamente falando, não existe.
"Ninguém aprende uma língua sozinho. Só aprendemos por intermediação dos outros, às vezes representados por instrumentos e artefatos culturais, como o gravador, o livro, a televisão, o computador e outros", diz. "O autodidata é movido a paixão, com grande força de vontade e persistência para superar os inúmeros obstáculos que encontra", completa.

"Na raça"
O apresentador de TV César Filho, 37, enquadra-se nessa categoria. Ele conta que aprendeu inglês "na raça", aos 17 anos. "Comecei muito cedo a trabalhar no rádio e queria saber o que significavam os títulos das músicas", lembra.
Com o tempo, ele foi se interessando também pelas letras das canções e logo já ia a todo lugar com um dicionário sob o braço.
"Nessa fase, eu pedia ajuda para o Serginho Groisman, que era o redator. Depois, segui aprendendo com filmes e nas viagens que eu fiz", conta. Segundo ele, o interesse foi primordial para o aprendizado. "Passei a traduzir tudo o que aparecia, até manual de aparelho eletrônico." (RGV)


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