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São Paulo, domingo, 17 de agosto de 2003

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TRADUZINDO

Incrementar aula clássica é desejável

JAIRO BOUER
médico e colunista da Folha

Fiz um curso de inglês bem longo, que atravessou o ensino fundamental, o médio e avançou durante a faculdade de medicina. Depois, engatilhei um de francês que me acompanhou o restante da faculdade e na residência em psiquiatria. As aulas, duas vezes por semana, duravam em média duas horas. Boa parte era tradicional: professor, livros, quadro-negro e alunos.
Já naquela época, em que a interatividade não era tão popular, a gente preferia as aulas de laboratório. Lá ficávamos brigando para entender e reproduzir o que aquele "native speaker" (um inglês, no caso) contava para nós. Eram as aulas mais desafiadoras. A gente não ia para lá porque precisava ir. A gente escolhia, de alguma forma, estar lá. A atividade do aprendizado tinha contornos mais agradáveis. Nesse sentido, as aulas eram mais gostosas, sem a cobrança diária da escola. Mas, sem dúvida, as outras formas de aprender (teatro, filmes não-legendados, fitas e CDs, trabalhos com revistas e jornais) proporcionavam maior curiosidade.
Em um curso de língua, mesmo as aulas clássicas não são tão clássicas assim. Aprender uma cultura, perceber que é possível a comunicação usando outros códigos, tudo isso ajuda a combater eventuais monotonias do percurso. Mas hoje, com os recursos que existem para facilitar o aprendizado, é pena ficar só no clássico. Inovar é mais do que necessário, é desejável.


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