São Paulo, domingo, 17 de dezembro de 2006

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O CAMINHO DO EMPREGO

Déficit de profissionais é de 77 mil

Ainda é grande o número de vagas para trabalhadores com deficiência no Estado de SP

Raphael Falavigna/Folha Imagem
Segundo a DRT-SP, o preenchimento de vagas para pessoas com deficiência é cada vez mais rápido


ANDRESSA ROVANI
RAQUEL BOCATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Deveria haver 132 mil profissionais com deficiência atuando no mercado de trabalho paulista. As empresas, no entanto, têm hoje em seus quadros funcionais 55.321 pessoas -ou seja, há um déficit de 76.679 vagas para deficientes.
Se a tendência que se desenha atualmente for mantida, contudo, os postos remanescentes devem ser preenchidos cada vez mais rapidamente.
É o que indicam dados da DRT-SP (Delegacia Regional do Trabalho). Um dos termômetros desse aumento é o número de contratações de maio a agosto deste ano -foram 8.277, o que demonstra um crescimento de 17,6% no período.
A chefe de fiscalização da DRT-SP, Lucíola Rodrigues Jaime, prevê que, computadas todas as vagas criadas até o fim do ano, esse índice seja ainda maior. Um dos motivos, além do acompanhamento das empresas pelo órgão, é a criação de pactos coletivos de trabalho.
As empresas têm dois anos para contratar a cota mínima. Os primeiros pactos vencem ainda neste mês -o que, segundo Lucíola, deve fazer aumentar o número de deficientes contratados pelas empresas.
"Creio que em cinco anos consigamos fazer com que as companhias absorvam esses 132 mil profissionais", estima.

Sinais positivos
O país começa, aos poucos, a delinear as melhores formas de trabalhar a inserção de pessoas com deficiência em seus quadros -e há muito a ser feito.
"A questão [da inserção de deficientes] ainda não é um aspecto de mercado de trabalho, de competitividade: é de inclusão social", diz o especialista no tema João Baptista Ribas.
A avaliação dos especialistas é a de que há um progresso visível na inserção de deficientes no campo profissional nos últimos dois anos. "Os avanços são claros. Há um esforço das empresas e dos órgãos oficiais para se mobilizar, só que, às vezes, não vão todos na mesma direção", aponta Ana Maria Barbosa, coordenadora da Rede Saci.
"É importante dar valor ao que aconteceu, sem se fixar no que não ocorreu", diz Ribas. "Hoje, por exemplo, é difícil encontrar universitários com deficiência desempregados."
"A empresa tem de se capacitar também", reforça Barbosa. Além disso, lembra ela, aumentou muito o número de matrículas de deficientes no ensino fundamental. "A próxima geração vai conviver com a deficiência de outra forma", prevê.


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