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HERANÇA CULTURAL
Respeito ao costume regional é fator para reter profissionais
Companhia tenta valorizar estilo do país onde atua
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O respeito da empresa internacionalizada pela cultura local
é valorizado pelo colaborador e
funciona como fator para que
ele permaneça na organização.
"Nos últimos três anos, tenho notado uma consciência
crescente [por parte das empresas] da importância da cultura local", aponta Betânia Tanure, professora da Fundação
Dom Cabral.
Para o consultor da Michael
Page Augusto Polliti, a cultura
de origem não deve tomar
grande vulto -os valores básicos são globais, mas há limites
culturais que precisam ser respeitados. "Um comportamento
considerado ético no Brasil não
necessariamente é o mesmo na
Índia", exemplifica.
Segundo Tanure, a valorização do estilo local tem impacto
no modo de gerir equipes. "É
possível modelar melhor os
mecanismos de retenção de
pessoal", afirma.
Esse foi um dos critérios observados por Neuber Fabro, 27,
coordenador de tecnologia da
informação, quando deixou
uma organização de origem finlandesa. "Não havia estímulo
ao crescimento ou um plano
conciso de avaliação", justifica.
"As chances de eu permanecer em uma empresa em que
há pouca adaptação às condições locais são mínimas. Se a
empresa não entender meu ritmo de trabalho, ficarei desmotivado", explica Fabro.
Na suíça ABB (Asea Brown
Bovery), uma das estratégias
para reter talentos é a predominância de brasileiros em cargos
executivos. "Se todos os gestores são pessoas do país, os
funcionários acreditam na possibilidade de chegar lá", diz
Carlos Hohl, diretor de comunicação. "Ser o mais local possível é uma estratégia", conclui.
Ponto de vista
Para entender os costumes
locais, o ideal, diz Tanure, é que
as empresas identifiquem as
características de sua cultura
de que não abrem mão e vejam
o que esses quesitos significam
para a sociedade local.
"[Nas empresas brasileiras,]
a distância entre chefe e subordinado é grande e a possibilidade de discordar do chefe é pouca. Nos Estados Unidos, é pressuposto discordar", afirma.
O brasileiro Marcos de Oliveira, 50, atua como diretor na
unidade australiana da Twentieth Century Fox.
Para ele, que foi transferido
para uma operação que já estava em andamento, a melhor
gestão é aquela em que os valores são definidos, e práticas, conhecidas. "Mas o relacionamento com clientes, fornecedores e parceiros deve ser adequado às práticas locais", acrescenta Oliveira.(CRA)
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