UOL


São Paulo, domingo, 20 de abril de 2003

Próximo Texto | Índice

ENSINO EM ALTA VOLTAGEM

Investimento na área de "e-learning" feito pelas empresas deve chegar a US$ 80 mi

Governo quer fortalecer curso virtual

Fernando Moraes/ Folha Imagem
José Bezerra, que estuda inglês pelo computador com 250 professores espalhados pelo mundo


RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O Ministério da Educação do governo Luiz Inácio Lula da Silva planeja investir mais em ensino a distância, área que, segundo a atual administração, ficou neglicenciada no mandato passado.
As universidades cujos projetos de cursos estavam parados serão avaliadas. "O assunto vai passar a ser prioridade do MEC [Ministério da Educação"", afirmou o secretário de Educação a Distância, João Carlos Teatini de Souza.
O "e-learning" (aprendizado eletrônico), uma das ferramentas mais importantes do ensino a distância, já está na esteira desse processo. No país, os investimentos feitos pelo setor privado na área crescem de 50% a 70% ao ano.
Os números são do Prêmio E-Learning Brasil, realizado pela empresa MicroPower. No primeiro trimestre de 2002, os investimentos haviam chegado à marca dos US$ 60 milhões. "No final de 2003, deveremos atingir US$ 80 milhões", estima o presidente da empresa, Francisco Soeltl.
O crescimento do mercado brasileiro é inversamente proporcional ao momento de estagnação que vive o setor nos Estados Unidos. "O investimento feito em treinamento nos EUA cresceu 50% em dez anos, de 91 a 2001. O Brasil entrou no mercado em 99 e já cresceu 45%", afirma Soeltl.

Mundo corporativo
Ainda engatinhando no mundo acadêmico, no corporativo o "e-learning" reina absoluto, mesmo que existam controvérsias sobre a validade do uso do conceito "puro" (sem outras ferramentas ou momentos presenciais).
O fato é que esse método de treinamento caiu como uma luva para as companhias geograficamente "espalhadas" pelo território nacional (com muitas filiais ou franquias), que precisariam arcar com um enorme gasto para treinar e atualizar seus funcionários pelo método tradicional, num país de 8.511.996 km2 como o Brasil.
Mas o fator economia, que praticamente originou esse mercado, já não é primordial. Segundo a pesquisa do Prêmio E-Learning Brasil, realizado na semana passada em São Paulo, mais do que cortar custos dos cursos, as empresas querem desenvolver e reter o capital humano em seus quadros.
"Temos 30 empresas no Brasil e precisamos atualizar todos os funcionários. Não escolhemos o "e-learning" para cortar custos, foi para otimizar o processo", diz Alice Feuser, gerente-geral da Universidade Corporativa Datasul.
Segundo a Abed (Associação Brasileira de Ensino a Distância), 1,2 milhão de pessoas fazem cursos a distância no Brasil hoje, 200 mil por meio do "e-learning", em empresas e universidades. "Com o novo governo, não me surpreenderei se, até o fim deste ano, esse número mais que dobrar", diz o presidente, Fredric Litto.

Próximo Texto: Pesquisa ajuda a detectar cursos com conteúdo
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.