São Paulo, domingo, 20 de abril de 2008

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estágios & trainees

Na dinâmica, falar muito não é fórmula de sucesso

Para consultores, é preciso identificar-se com o perfil da empresa

NATALIE CATUOGNO CONSANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Cresça e apareça. Para muitos estudantes, essa é a receita mágica de quem quer se dar bem nas dinâmicas de grupo -o que significa falar muito, em voz alta e, se possível, dominar os debates com suas idéias.
Na opinião de quem avalia o desempenho dos candidatos, no entanto, a fórmula está longe de ser garantia de sucesso.
"Não há dicas de como se comportar em dinâmicas, além de se apresentar naturalmente", explica a gerente da Foco Talentos Renata Schmidt. "É fácil perceber quando o candidato segue um modelo baseado em algum estereótipo."
As competências mais valorizadas pelos recrutadores variam de empresa para empresa, explica a sócia-diretora do IPO (Instituto de Psicologia Organizacional) Ana Maria de Freitas. "Não há fórmula mágica."
"O candidato que não se sai tão bem em uma empresa pode ser perfeito para outra", acrescenta o sócio-diretor da Dreves e Associados, Ricardo Dreves.
Firmas conservadoras, por exemplo, podem preferir líderes tradicionais, que tomem as decisões e assumam os riscos. Outras companhias podem valorizar o líder democrático ou com conhecimentos técnicos.
É o caso de Gabriel Rosenberg, 26, ex-trainee e hoje supervisor da Ford, que atribui parte de seu desempenho na dinâmica ao bom nível técnico e à facilidade de relacionamento.

Mapa da mina
Para se preparar, a recomendação dos consultores ouvidos pela Folha é estudar a empresa, entender se já está consolidada ou em fase de transição e pesquisar sobre o negócio.
"É como em um casamento: para dar certo, deve haver identificação entre a personalidade do trainee ou do estagiário e a cultura da firma", salienta Silvana Dino, diretora de recursos humanos da Parmalat.
Algumas habilidades são essenciais. Para o superintendente de recursos humanos do Santander, Alcino Therezo Junior, é importante falar português corretamente, com clareza, coerência e espírito crítico.
"Só falo se for para agregar alguma coisa", concorda Bruno Rocha, 25, trainee da Ernst & Young. Na dinâmica em que foi aprovado, afirma ter falado pouco, mas sem deixar de expor seu ponto de vista, justificando sua posição e ponderando com a opinião dos colegas.


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