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estágios & trainees
Na dinâmica, falar muito não é fórmula de sucesso
Para consultores, é preciso identificar-se com o perfil da empresa
NATALIE CATUOGNO CONSANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Cresça e apareça. Para muitos estudantes, essa é a receita
mágica de quem quer se dar
bem nas dinâmicas de grupo
-o que significa falar muito,
em voz alta e, se possível, dominar os debates com suas idéias.
Na opinião de quem avalia o
desempenho dos candidatos,
no entanto, a fórmula está longe de ser garantia de sucesso.
"Não há dicas de como se
comportar em dinâmicas, além
de se apresentar naturalmente", explica a gerente da Foco
Talentos Renata Schmidt.
"É fácil perceber quando o candidato segue um modelo baseado em algum estereótipo."
As competências mais valorizadas pelos recrutadores variam de empresa para empresa,
explica a sócia-diretora do IPO
(Instituto de Psicologia Organizacional) Ana Maria de Freitas. "Não há fórmula mágica."
"O candidato que não se sai
tão bem em uma empresa pode
ser perfeito para outra", acrescenta o sócio-diretor da Dreves
e Associados, Ricardo Dreves.
Firmas conservadoras, por
exemplo, podem preferir líderes tradicionais, que tomem as
decisões e assumam os riscos.
Outras companhias podem valorizar o líder democrático ou
com conhecimentos técnicos.
É o caso de Gabriel Rosenberg, 26, ex-trainee e hoje supervisor da Ford, que atribui
parte de seu desempenho na dinâmica ao bom nível técnico e à
facilidade de relacionamento.
Mapa da mina
Para se preparar, a recomendação dos consultores ouvidos
pela Folha é estudar a empresa, entender se já está consolidada ou em fase de transição
e pesquisar sobre o negócio.
"É como em um casamento:
para dar certo, deve haver
identificação entre a personalidade do trainee ou do estagiário e a cultura da firma", salienta Silvana Dino, diretora de recursos humanos da Parmalat.
Algumas habilidades são essenciais. Para o superintendente de recursos humanos do
Santander, Alcino Therezo Junior, é importante falar português corretamente, com clareza, coerência e espírito crítico.
"Só falo se for para agregar
alguma coisa", concorda Bruno
Rocha, 25, trainee da Ernst &
Young. Na dinâmica em que foi
aprovado, afirma ter falado
pouco, mas sem deixar de expor seu ponto de vista, justificando sua posição e ponderando com a opinião dos colegas.
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