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"NÃO ACEITO"
Recusa deve levar em conta planos para o longo prazo
Consultores destacam a importância de não se ater somente ao salário
DA REPORTAGEM LOCAL
Para quem está de fora, pode
parecer uma atitude louvável
recusar empregos em razão das
condições oferecidas. Mas a
questão é: até que ponto é válido não aceitar essas propostas?
"É preciso estar atento ao
momento de mercado. Se ele
estiver mais aquecido, o profissional poderá ser mais seletivo", afirma João Marcio Souza,
diretor da divisão de contabilidade e finanças da Hays Brasil,
consultoria de recrutamento.
A dica dos especialistas é que,
mesmo que o salário esteja
abaixo do de mercado, se a empresa for interessante para a
carreira, vale a pena arriscar.
O porte da empresa foi um
dos fatores que levaram o administrador de empresas pós-graduado em marketing José
Alberto Amaro Rodrigues, 42, a
permanecer desempregado.
"Sempre atuei em empresas
grandes e pretendo seguir esse
padrão", explica Rodrigues.
Supervisor de vendas da Kaiser por dois anos, o administrador foi afastado da companhia
em fevereiro, logo depois que
ela foi vendida para a Femsa.
Desde então, Rodrigues deixou de aceitar cinco propostas.
"Alguns eram informais e sem
nenhum vínculo empregatício.
Outros me ofereceram salários
mais baixos do que eu recebia
ou eram empresas pequenas."
Para ele, a situação é passageira. "É uma questão de tempo. Busco motivação nas minhas conquistas diárias. Se passar de oito meses desempregado, pensarei em aceitar temporariamente condições diferentes das que eu busco", planeja.
Por isso, enquanto espera pela resposta de duas empresas,
ele já visualiza seu futuro.
"Com o primeiro capital que
entrar, vou montar um negócio
próprio para ter outra fonte de
renda e nunca mais me aborrecer em situações como essa."
Para Iaci Rios, consultora da
DBM, especializada em transição de executivos, o período é
importante para elaborar ou
repensar o projeto profissional.
"É preciso saber qual o próximo passo que se quer dar em
relação à carreira. Nessa hora,
a remuneração deve ficar em
segundo plano", afirma Rios.
Segundo Rios, é a perspectiva
de trabalho o que deve ser levado em conta prioritariamente.
"O profissional deve ter um mínimo de estruturação financeira para ter tranqüilidade na hora da decisão. Ainda que seja
com um salário mais baixo, o
importante é que a atuação faça
sentido a longo prazo", conclui.
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