São Paulo, domingo, 20 de dezembro de 2009

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JOGO DOS ERROS

Equívoco deve ser tratado com discrição

É preciso transparência quando falha é questionada

Rafael Andrade/Folha Imagem
Rafael Spinola, que não atentou no investimento em Bolsa

ANDRÉ LOBATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Errar é humano. No entanto, somente os acertos costumam ser revelados nas relações corporativas.
Equívocos de estratégia, gestão de pessoas ou gerenciamento de tempo podem ter consequências sérias -como a demissão- e geralmente são evitados pelos profissionais.
Quando acontecem, no entanto, não devem ser propagandeados, sobretudo no ambiente de trabalho, dizem os especialistas ouvidos pela Folha.
"Admitir o erro é permitir que o outro lhe faça de alvo", explica Mariá Giuliese, da consultoria Lens & Minarelli.
"Referências de lealdade e de compromisso não combinam dentro da empresa. Mas quem quer trabalhar nela tem de saber disso. É uma guerra inóspita. Se deixar o flanco exposto, você será atacado", opina.
O "headhunter" Robert Wong também aconselha que o profissional não dissemine o assunto. Caso o tema surja em uma conversa ou uma entrevista de emprego, no entanto, é preciso estar preparado.
"Não adianta parecer perfeito", diz. É preciso ser autêntico e responder objetivamente ao que foi perguntado. Se o erro é relevante para o cargo, é válido mencioná-lo, recomenda.
Para Wong, é necessário conhecer os próprios erros e aprender com eles. "Sempre achamos que a competência vem ao competir com os outros. Mas a verdadeira competição é a consigo mesmo. Isso se chama excelência", finaliza.

Perda
O administrador de empresas Rafael Spinola, 28, cometeu um erro que custou caro, mas ensinou-lhe a conciliar as aplicações em Bolsa de Valores com a dedicação à empresa.
Ao entrar na companhia, manteve os investimentos com alta alavancagem e, por não poder acompanhar as operações devidamente, perdeu rapidamente uma quantia relativa a meses de salário.
Agora, opta por investimentos de médio e longo prazos, que não exigem atenção constante do investidor.
Para Roberto Zentgraf, autor de livro sobre finanças e professor do Ibmec Rio de Janeiro, é preciso alinhar os interesses de carreira com os financeiros. "Tem de saber lidar com a impossibilidade de ficar o dia todo grudado no mercado e controlar sua ansiedade."
A Folha ouviu histórias de profissionais que cometeram erros e dicas de consultores para lidar com cada tipo de equívoco. Leia nestas páginas.


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