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CURSOS
Idioma não dispensar decifrar a cultura
Empresas valorizam quem investe no aprendizado de línguas exóticas, do árabe ao russo
FRANCINE DE LORENZO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com o comércio internacional em expansão e a disputa cada vez mais acirrada no mercado de trabalho, não é raro encontrar profissionais que trocam aulas de inglês por de idiomas menos tradicionais, desde
mandarim e árabe até russo e
iorubá (idioma da Nigéria).
Os consultores de carreira,
no entanto, alertam: só dominar o idioma não é suficiente
para obter vantagem competitiva no mercado de trabalho.
"Mais importante que saber a
língua é conhecer bem a cultura do país", enfatiza Vera Vasconcellos, da Career Center.
O diretor comercial da Delta
Air Lines, Luiz Teixeira, concorda: "Não adianta ter um expatriado, já que o importante é
conhecer as duas culturas. Só
assim é possível saber quando e
como abordar os clientes".
Foi por isso que a companhia
aérea contratou Elisa Jisaka,
36, para ser gerente de contas
asiáticas. "Conheço bem a língua e a cultura japonesas, o que
realmente ajuda nos negócios."
Mas nem todos que têm esses
conhecimentos conseguem um
lugar no mercado de trabalho.
De volta ao Brasil após um ano
de estudos no Japão, a arquiteta Gisele Correa Martins, 33,
esperava encontrar oportunidades em uma firma japonesa.
Foi um ano e meio de procura, sem resultados. "Acabei entrando em uma empresa brasileira que mal utiliza o inglês."
Os especialistas concordam
que ainda são poucas as empresas que buscam profissionais
com esse perfil multicultural,
mas afirmam que o cenário será alterado nos próximos anos.
"A firma que pretende ter negócios no exterior irá valorizar
mais essas pessoas, pois elas
podem ser um curinga no futuro", projeta Augusto Tuliti, da
Michael Page, que aponta Índia, China, Japão e Oriente Médio como regiões de destaque.
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