São Paulo, domingo, 21 de maio de 2006

Texto Anterior | Índice

CURSOS

Idioma não dispensar decifrar a cultura

Empresas valorizam quem investe no aprendizado de línguas exóticas, do árabe ao russo

FRANCINE DE LORENZO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Com o comércio internacional em expansão e a disputa cada vez mais acirrada no mercado de trabalho, não é raro encontrar profissionais que trocam aulas de inglês por de idiomas menos tradicionais, desde mandarim e árabe até russo e iorubá (idioma da Nigéria).
Os consultores de carreira, no entanto, alertam: só dominar o idioma não é suficiente para obter vantagem competitiva no mercado de trabalho. "Mais importante que saber a língua é conhecer bem a cultura do país", enfatiza Vera Vasconcellos, da Career Center.
O diretor comercial da Delta Air Lines, Luiz Teixeira, concorda: "Não adianta ter um expatriado, já que o importante é conhecer as duas culturas. Só assim é possível saber quando e como abordar os clientes".
Foi por isso que a companhia aérea contratou Elisa Jisaka, 36, para ser gerente de contas asiáticas. "Conheço bem a língua e a cultura japonesas, o que realmente ajuda nos negócios."
Mas nem todos que têm esses conhecimentos conseguem um lugar no mercado de trabalho. De volta ao Brasil após um ano de estudos no Japão, a arquiteta Gisele Correa Martins, 33, esperava encontrar oportunidades em uma firma japonesa.
Foi um ano e meio de procura, sem resultados. "Acabei entrando em uma empresa brasileira que mal utiliza o inglês."
Os especialistas concordam que ainda são poucas as empresas que buscam profissionais com esse perfil multicultural, mas afirmam que o cenário será alterado nos próximos anos.
"A firma que pretende ter negócios no exterior irá valorizar mais essas pessoas, pois elas podem ser um curinga no futuro", projeta Augusto Tuliti, da Michael Page, que aponta Índia, China, Japão e Oriente Médio como regiões de destaque.


Texto Anterior: Saúde Corporativa: Temperatura pesa no desempenho
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.