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O estágio como contínuo num banco em São Paulo levou Roberto Cavalcante Honório, 17, a planejar vôos mais altos para a sua carreira. "Gostaria de trabalhar como economista", revela.
Filho de um motorista de ônibus e de uma dona de casa, o garoto da Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte da capital, quer bancar sua faculdade particular quando terminar o ensino médio, feito em escola pública. "A maior parte do que ganho (R$ 195) guardo na poupança. Mas o rendimento é pequeno", diz, ensaiando passos rumo à profissão.
Ele participa do programa Jovem Cidadão - Meu Primeiro Trabalho, parceria entre o governo estadual e empresas, que beneficiou em 2002 mais de 12 mil jovens. Do lado corporativo, a iniciativa atende a preocupações com responsabilidade social.
Contudo, para o diretor-executivo do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, Paulo Itacarambi, ainda é cedo para afirmar que o recrutamento de jovens carentes alivia as altas taxas de desemprego. Mas ele aposta no aumento das ações sociais. "Está em jogo o nosso futuro. Ou as empresas oferecem oportunidades de trabalho ou o jovem buscará outros caminhos."
Essa conscientização já desembarcou nos programas de trainee, que preferem jovens engajados em trabalhos voluntários e incluem em suas grades trabalhos sociais. A trainee Ana Carolina Casalinho, 25, conduz projeto de responsabilidade social na Votorantim Celulose e Papel. "Essa área me faz brilhar os olhos. É bom compartilhar o que temos."
O incentivo ao voluntariado também deslancha nas empresas. "Meu esforço era tão pequeno para um recompensa tão grande", avalia o ex-trainee do Unibanco Alexandre Hecht, 25, que deu dez aulas na rede pública.
A desculpa de que o tempo é curto para trabalhos voluntários "não cola". Queila Martins, 21, estagiária da IBM, trocou pela internet experiências com jovens de uma escola baiana. Através do projeto e-voluntários, respondeu dúvidas sobre informática e primeiro emprego. (SBR)


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