São Paulo, domingo, 22 de dezembro de 2002

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CÍRCULO DO EMPREGO

Empresas já incorporaram a "networking"

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Manter redes de relacionamento é a melhor forma de garantir convites e oportunidades de empregos futuros, dizem os especialistas em recursos humanos.
Pesquisa realizada pela consultoria Catho em maio com 9.174 executivos mostrou que 34% conseguiram uma vaga por indicação de amigos, ex-chefes ou ex-colegas de trabalho. Para cargos de diretoria, esse índice chegou a 61%.
"É importante ter um bom relacionamento no trabalho e evitar se indispor com qualquer colega", afirma Priscila Mendes, consultora da Delloite Touche Tohmatsu.
Ela também ressalta a importância de levar das empresas os contatos dos profissionais e manter posteriormente o vínculo.
Segundo os especialistas, os grupos que se formam para compartilhar oportunidades de trabalho exploram justamente essa "networking" (rede de contatos).
"A perda do emprego está entre os momentos de maior estresse da vida. Esses grupos não se limitam à indicação. Proporcionam troca de experiências e dúvidas, além de apoio mútuo. É o chamado companheirismo de infortúnio", avalia Andras Dobroy, sócio-diretor da consultoria Dobroy & Partners International Executive Search Consultants.

Endosso
"A indicação é válida, mas o candidato deve demonstrar competência", avisa Priscila Mendes.
Além disso, os consultores da área observam que recomendar amigos ou conhecidos para uma vaga de trabalho exige cuidados por tornar aquele que os auxilia uma espécie de co-responsável.
"Ele está endossando o profissional", diz Dobroy. Ou seja: se o indicado causar problemas para o chefe, isso pode prejudicar a imagem de quem fez a indicação.
Por isso, é preciso ser imparcial na hora da indicação e não tentar só "vender o peixe do colega".
Priscila Mendes ressalta, porém, que muitas empresas "vêem com bons olhos" os funcionários que têm a iniciativa de indicar conhecidos em dificuldades. "É uma atitude positiva, mesmo que a pessoa não conheça a fundo a outra. Mostra que ela está fazendo seu papel social", defende.
Mas, nesse caso, é preciso deixar claro o grau de conhecimento do indicado. "Muitas vezes a pessoa vê um amigo desempregado e tenta encaixá-lo na vaga a qualquer custo. Existem outras formas de ajudá-lo", afirma.

Protecionismos
Empregadores também podem tomar alguns cuidados no momento de lidar com os profissionais indicados. Segundo Dobroy, é importante analisar primeiramente quem fez a recomendação.
Além disso, alimentar essa "fonte" com informações sobre o tipo de profissional desejado ajuda a reduzir riscos. "Muitas empresas lembram apenas as competências técnicas e esquecem que aquela pessoa deve ter um perfil condizente com a filosofia da organização e com o estilo de trabalho dos demais funcionários", avalia.
E por fim: mesmo com indicações, o processo seletivo deve ser conduzido com ética para que o futuro contratado mostre que conseguiu a vaga desejada pelos seus seus próprios méritos. (IC)


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