São Paulo, domingo, 22 de dezembro de 2002

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Grupo apóia na "hora do aperto"

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Exilada política em 1972, a então estudante da Universidade de São Paulo Cleuzer de Barros, 57, foi morar no Chile, na Argentina e na Suécia e só voltou ao Brasil oito anos depois, com uma filha de seis anos.
"Ela nem sabia falar português. Tive dificuldades de encontrar escola. Aí, amigos me indicaram a Rudolf Steiner."
Parecia tudo encaminhado, mas, separada do companheiro e esgotadas suas reservas financeiras, Barros teve problemas para arcar com a mensalidade para a segunda filha.
"Obtive bolsa parcial, mas chegou uma hora em que eu não conseguia pagar nada. Foi aí que tive uma surpresa: os pais se ofereceram para pagar parte da mensalidade, e a escola arcou com a outra parte."
Mas não foi só essa ajuda que recebeu. O colégio foi berço do Projeto "Pai Waldorf", e Barros conheceu a médica Nise Yamagushi, idealizadora da iniciativa e dona de uma clínica.
"Ofereci uma oportunidade para a Cleuser trabalhar comigo, na parte de secretaria e administração. Isso durou quase um ano", afirma Yamagushi.
Ela conta que a experiência de Barros estava além da ocupação, mas era a forma que encontrou de colaborar. Já Barros diz que "a oportunidade ajudou muito". "Mesmo o salário não sendo o mesmo que recebia no antigo emprego, consegui recuperar a auto-estima."
Hoje faz serviços esporádicos em projetos sociais, mas conquistou na Justiça a indenização prevista pela Lei da Anistia. "Em 2003, quando devo começar a receber a indenização, voltarei a pagar integralmente a escola e ajudarei outros pais."


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