São Paulo, Domingo, 23 de Maio de 1999
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Vendedor assume papel de consultor e amplia atuação

O bom vendedor conhece o mercado, atua em parceria com o cliente e sabe como viabilizar negócios lucrativos
da Reportagem Local

"Se eu perder o emprego, viro vendedor até conseguir outra coisa." Esse pensamento pode passar pela cabeça de muita gente, mas hoje está cada vez mais difícil colocá-lo em prática.



Para se dar bem na carreira de vendas, não basta estar precisando de dinheiro e ter disposição para sair procurando clientes.
O mercado está em busca de profissionais cada vez mais bem preparados e prontos para atuar como consultores comerciais, orientando o cliente a fazer bons negócios e a ter lucro.
Na opinião da consultora Júlia Alonso, 33, da Passarelli Talentos, o profissional que almeja ter sucesso nessa área deve buscar atualização constante.
Isso significa ter muito conhecimento de cálculo, habilidade para realizar vendas planejadas e conhecer outros idiomas.
"O antigo "tirador de pedidos" não tem mais lugar no mercado. É preciso dominar o setor, conhecer profundamente o produto que está oferecendo e ter certeza de que a mercadoria é a melhor para o cliente."

Parceria
Aquela história de "desovar" o estoque nos principais clientes também é coisa do passado.
Segundo Júlia, o vendedor não pode ver apenas o lado da empresa para a qual trabalha. "Ele tem de agir em parceria com o cliente. Vai baixar o estoque oferecendo bons preços apenas se isso for um negócio interessante para ambas as partes."
Além disso, o profissional que batia de porta em porta oferecendo produtos não existe mais. Hoje o vendedor faz reposições planejadas, visando à qualidade do atendimento e à atuação do cliente no mercado.

Cartão e "laptop"
Saber se a exposição do produto está adequada e se a propaganda atinge o público-alvo, identificar a margem de lucro e oferecer boas oportunidades são atribuições que também fazem parte do dia-a-dia do profissional.
"Ele é o cartão de visitas da empresa. Se não estiver preparado para representar esse papel, dificilmente conseguirá se manter no mercado", diz Júlia.
Isso quer dizer que as atividades profissionais do vendedor se tornaram muito mais amplas e complexas e não acabam após a assinatura do cliente confirmando o pedido.
Para José Kozel Júnior, 55, vice-presidente da ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil), a profissão mudou muito. "Às vezes, perguntam-me onde estão os tradicionais, com suas pastas e listas de preços. Digo que estão trabalhando, mas trocaram as malas por um "laptop" (computador portátil)."
(LIGIA BRASLAUSKAS)


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