Vendedor assume papel de consultor e amplia atuação
O bom vendedor conhece o mercado, atua em parceria com o cliente e sabe
como viabilizar negócios lucrativos
da Reportagem Local
"Se eu perder o emprego, viro
vendedor até conseguir outra
coisa." Esse pensamento pode
passar pela cabeça de muita gente, mas hoje está cada vez mais difícil colocá-lo em prática.
Para se dar bem na carreira de
vendas, não basta estar precisando de dinheiro e ter disposição
para sair procurando clientes.
O mercado está em busca de
profissionais cada vez mais bem
preparados e prontos para atuar
como consultores comerciais,
orientando o cliente a fazer bons
negócios e a ter lucro.
Na opinião da consultora Júlia
Alonso, 33, da Passarelli Talentos, o profissional que almeja ter
sucesso nessa área deve buscar
atualização constante.
Isso significa ter muito conhecimento de cálculo, habilidade
para realizar vendas planejadas e
conhecer outros idiomas.
"O antigo "tirador de pedidos"
não tem mais lugar no mercado.
É preciso dominar o setor, conhecer profundamente o produto que está oferecendo e ter certeza de que a mercadoria é a melhor para o cliente."
Parceria
Aquela história de "desovar" o
estoque nos principais clientes
também é coisa do passado.
Segundo Júlia, o vendedor não
pode ver apenas o lado da empresa para a qual trabalha. "Ele tem
de agir em parceria com o cliente.
Vai baixar o estoque oferecendo
bons preços
apenas se isso
for um negócio interessante para ambas
as partes."
Além disso, o
profissional
que batia de
porta em porta
oferecendo
produtos não
existe mais. Hoje o vendedor faz
reposições planejadas, visando à
qualidade do atendimento e à
atuação do cliente no mercado.
Cartão e "laptop"
Saber se a exposição do produto está adequada e se a propaganda atinge o público-alvo, identificar a margem de lucro e oferecer
boas oportunidades são atribuições que também fazem parte do
dia-a-dia do profissional.
"Ele é o cartão de visitas da empresa. Se não estiver preparado
para representar esse papel, dificilmente conseguirá se manter
no mercado", diz Júlia.
Isso quer dizer que as atividades profissionais do vendedor se
tornaram muito mais amplas e
complexas e
não acabam
após a assinatura do cliente
confirmando o
pedido.
Para José
Kozel Júnior,
55, vice-presidente da
ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil), a
profissão mudou muito. "Às vezes, perguntam-me onde estão os
tradicionais, com suas pastas e
listas de preços. Digo que estão
trabalhando, mas trocaram as
malas por um "laptop" (computador portátil)."
(LIGIA BRASLAUSKAS)
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É
proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de
comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.