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São Paulo, domingo, 25 de maio de 2003

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Atletas sofrem com os altos e baixos

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Para conseguir manter a atitude de um profissional altamente produtivo e com uma excelente performance todos os dias, só mesmo se transformando em atleta. E, mesmo assim, no sentido figurado, porque os esportistas também vivem sob essa pressão.
"Por mais que oscilar seja natural, no esporte é diferente. Se não for regular, vão dizer que o atleta não está bem tecnicamente", diz Ricardo Miúra, 29, psicólogo da categoria de base do São Paulo.
A pressão maior vem do torcedor, que nem sempre tem paciência para lidar com más fases. "A torcida não perdoa", afirma.
Ao menos três pentacampeões experimentaram os dois lados da moeda. Ronaldo, 26, atacante do Real Madrid e vencedor do "Oscar" dos esportes na última semana (na categoria melhor retorno de 2002), ilustra bem o caso.
Depois de ter sido considerado por duas vezes o melhor jogador do mundo, teve uma atuação polêmica na final da Copa de 98 e ficou quase dois anos sem entrar em campo por problemas no joelho. Em 2002, porém, foi um dos protagonistas da conquista do penta. "Nunca deixei de reconhecer quando não estou bem. Até já disseram que eu não voltaria a jogar, mas sempre acreditei e fiz tratamentos para voltar a brilhar nos gramados", declarou, por e-mail.
Já Marcos, 29, goleiro do Palmeiras, defende as traves do seu time na segunda divisão e passa por problemas pessoais. Para driblar tudo, diz que o segredo é determinação. "Tem de acreditar na sua capacidade e na sua competência e não se desesperar."
"Em horas de dificuldade, o lado psicológico faz com que a parte técnica fique perfeita. A atenção deve recair sobre os dois", diz.
Outro caso é o do atacante Kaká, 21, do São Paulo, que esteve fora dos campos por problemas musculares e convive com crise no time e cobrança da torcida. "Ter a torcida do seu lado é ótimo, só que futebol é diferente, é mais emoção do que razão. Você tem sempre de provar que é bom."
"Mas a má fase é importante, você tem de passar por ela e aprender. Reflito sobre o que faço hoje e não fazia antes", completa.

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