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O PREÇO DE UM DIPLOMA
Dólar em alta aumenta despesas com taxas para o teste e livros importados; Gmat sai por cerca de R$ 700
Estudante paga caro por atestado
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Antes de receber o troféu, é preciso entregar o ouro. Assim funcionam os certificados de fluência
em idiomas estrangeiros: taxas de
inscrição, gastos com livros, horas
de pesquisa na internet e mensalidades de cursos preparatórios são
algumas das despesas que podem
esvaziar o bolso do estudante.
E, para piorar, como muitas das
taxas são cotadas em dólar, as oscilações da moeda norte-americana têm preocupado ainda mais os
que pensam em conseguir a certificação. O Toefl, por exemplo, cuja validade é de apenas dois anos,
sai hoje por US$ 110 (R$ 388).
Parte do preço se explica pela logística dessas provas, geralmente
corrigidas por professores nas
universidades que as preparam.
Quanto mais específicos os testes, maiores as despesas. Para obter o United States Medical Licensing Examination (Exame de Licença Médica nos Estados Unidos), por exemplo, são necessários mais de R$ 5.000. O Gmat, válido para ingresso em cursos de
MBA, custa US$ 200 (R$ 706).
Mas o "investimento" vai muito
além da taxa da prova: há os gastos com aulas de preparação, que
podem chegar a mais de R$ 1.000
por mês, e com livros importados.
E, para se candidatar a um certificado conceituado, são necessários
até três anos de estudos, sem nenhuma garantia de aprovação.
Pechincha
Diante de tantos "cifrões", a
criatividade tem sido a arma dos
estudantes que precisam da certificação, mas não a qualquer preço. Para praticar, há quem utilize
amostras de testes disponibilizadas nos sites oficiais dos exames
(veja ao lado). "No próprio folheto explicativo do Toefl há questões-modelo", avisa Donald Occhiuzzo, da Associação Alumni.
Outra opção consiste em lançar
mão de material emprestado, de
bibliotecas ou mesmo de colegas.
"Estudei por conta própria com
a apostila de um amigo", lembra
Denise Sofiatti, que obteve 243
pontos (de 300) no exame Toefl.
Ela também pedia para que conhecidos com fluência lessem e
corrigissem redações suas.
Sofiatti reclama da "exploração
indireta de dinheiro": "Como não
recebi o resultado no prazo prometido, pedi a segunda via, que só
chegou em cima da hora para inscrever-me num programa de intercâmbio. Mas me recusei a solicitar minha nota por telefone,
pois o serviço seria cobrado".
Já Filipe de Zanatta Santos, que
tirou A no CPE, aproveitou para
atualizar sua "filmografia pessoal" e ao mesmo tempo se acostumar ao sotaque britânico. "Assisti a muitos filmes ingleses."
Exigência doméstica
Mas há casos em que não dá para fugir da despesa. Para Alexandre Caetano, 34, responsável por
uma das divisões do banco Sudameris, o Gmat foi a exigência para
cursar o MBA Executivo da BSP
(Business School São Paulo).
Caetano, porém, considera o
preço justificável. "Sua aplicação
é muito bem-estruturada. Dão até
protetores de ouvido contra ruídos durante as provas", defende.
Mesmo assim, recomenda corte
de gastos prévios: dispensou professores e usou um software de simulação comprado pela internet.
Ele pondera que "os exames não
são um bicho-de-sete-cabeças".
"É possível passar estudando sozinho. O Gmat exige mais capacidade analítica e frieza que qualquer outra coisa", ressalta.
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