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São Paulo, domingo, 26 de janeiro de 2003

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PLANEJAMENTO

Momento ideal de buscar certificação é ditado por metas profissionais; efeito no currículo nem sempre é visível

Resultados dependem de "timing"

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Antes de enfrentar um exame para certificação, é preciso analisar com cuidado se o diploma ajudará mesmo a alcançar os objetivos pessoais e profissionais.
Quem trabalha na área de linguística precisa dessa qualificação desde cedo. Foi o que percebeu Vanessa Prata, 23. Quando começou a lecionar, há quatro anos, seus colegas e coordenadores "sugeriram" que prestasse os testes.
Ela obteve o CAE, de Cambridge. "Na verdade, ele nunca me foi exigido para lecionar. Mas queria ser avaliada por uma instituição reconhecida internacionalmente. Eu me senti valorizada", afirma.
Mas há escolas que exigem a certificação de seus professores. A Cultura Inglesa pede os de Cambridge, conta a coordenadora de exames Marilisa Shimazumi, 34.
Tirar esses diplomas cedo, no colegial ou no começo da faculdade, pode significar mais tempo para a preparação, já que estudantes em geral não têm preocupações como o ingresso no mercado de trabalho nesse período.
Filipe de Zanatta Santos, 22, que está no quinto ano de química na USP, obteve o seu CPE, de Cambridge, há cerca de seis meses. Mas acha que já foi tarde.
"Gostaria de tê-lo feito antes. É importante "libertar-se" logo do aperfeiçoamento no inglês, para poder se encaminhar para outros idiomas ou para extensões do curso universitário", avalia.
Santos, que alcançou A na prova, frisa a importância do certificado em sua carreira. "Apesar de as empresas estarem mais preocupadas com aspectos revelados na entrevista, eles só serão identificados se você tiver características interessantes no currículo."

Despercebido
Há quem pense de modo diferente. "Decidi prestar exame para certificação em uma época próxima ao vestibular, pois não tinha conhecimento do mundo profissional", afirma o analista administrativo Sérgio Alcaro, 22.
Ele já passou por três empresas que não deram muita "bola" para um CAE, de Cambridge, obtido há cerca de três anos. "Fiz vários testes de inglês nos processos seletivos e concluí que foi irrelevante colocar no papel que tenho diploma de idioma", diz. "Ele serviria mesmo para fins acadêmicos."
Quando a paixão por línguas fala mais alto, ela acaba sendo o começo para uma carreira promissora, mesmo que não planejada.
Maíra Silva, 24, formada em comunicação social, sempre teve facilidade para aprender idiomas.
"Comecei a estudar inglês espontaneamente", conta. Já fez também oito meses de alemão e hoje se dedica ao espanhol.
Em 1998, já possuía o CPE, de Cambridge, tirado em Londres. "Achava que seria o diferencial para atuar com produção de cinema, rádio ou televisão", lembra.
Enquanto não conseguia trabalho nessas áreas, começou a dar aulas. Hoje já exerce as funções de tradutora e intérprete. "O CPE e a vivência de um ano no exterior são suficientes para que eu seja empregada em qualquer escola de inglês do país", avalia. "A demanda por professores é grande, e faltam profissionais qualificados."

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