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PLANEJAMENTO
Momento ideal de buscar certificação é ditado por metas profissionais; efeito no currículo nem sempre é visível
Resultados dependem de "timing"
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Antes de enfrentar um exame
para certificação, é preciso analisar com cuidado se o diploma ajudará mesmo a alcançar os objetivos pessoais e profissionais.
Quem trabalha na área de linguística precisa dessa qualificação
desde cedo. Foi o que percebeu
Vanessa Prata, 23. Quando começou a lecionar, há quatro anos,
seus colegas e coordenadores "sugeriram" que prestasse os testes.
Ela obteve o CAE, de Cambridge. "Na verdade, ele nunca me foi
exigido para lecionar. Mas queria
ser avaliada por uma instituição
reconhecida internacionalmente.
Eu me senti valorizada", afirma.
Mas há escolas que exigem a
certificação de seus professores. A
Cultura Inglesa pede os de Cambridge, conta a coordenadora de
exames Marilisa Shimazumi, 34.
Tirar esses diplomas cedo, no
colegial ou no começo da faculdade, pode significar mais tempo
para a preparação, já que estudantes em geral não têm preocupações como o ingresso no mercado de trabalho nesse período.
Filipe de Zanatta Santos, 22, que
está no quinto ano de química na
USP, obteve o seu CPE, de Cambridge, há cerca de seis meses.
Mas acha que já foi tarde.
"Gostaria de tê-lo feito antes. É
importante "libertar-se" logo do
aperfeiçoamento no inglês, para
poder se encaminhar para outros
idiomas ou para extensões do
curso universitário", avalia.
Santos, que alcançou A na prova, frisa a importância do certificado em sua carreira. "Apesar de
as empresas estarem mais preocupadas com aspectos revelados
na entrevista, eles só serão identificados se você tiver características interessantes no currículo."
Despercebido
Há quem pense de modo diferente. "Decidi prestar exame para
certificação em uma época próxima ao vestibular, pois não tinha
conhecimento do mundo profissional", afirma o analista administrativo Sérgio Alcaro, 22.
Ele já passou por três empresas
que não deram muita "bola" para
um CAE, de Cambridge, obtido
há cerca de três anos. "Fiz vários
testes de inglês nos processos seletivos e concluí que foi irrelevante
colocar no papel que tenho diploma de idioma", diz. "Ele serviria
mesmo para fins acadêmicos."
Quando a paixão por línguas fala mais alto, ela acaba sendo o começo para uma carreira promissora, mesmo que não planejada.
Maíra Silva, 24, formada em comunicação social, sempre teve facilidade para aprender idiomas.
"Comecei a estudar inglês espontaneamente", conta. Já fez
também oito meses de alemão e
hoje se dedica ao espanhol.
Em 1998, já possuía o CPE, de
Cambridge, tirado em Londres.
"Achava que seria o diferencial
para atuar com produção de cinema, rádio ou televisão", lembra.
Enquanto não conseguia trabalho nessas áreas, começou a dar
aulas. Hoje já exerce as funções de
tradutora e intérprete. "O CPE e a
vivência de um ano no exterior
são suficientes para que eu seja
empregada em qualquer escola de
inglês do país", avalia. "A demanda por professores é grande, e faltam profissionais qualificados."
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