UOL


São Paulo, domingo, 27 de julho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PREVIDÊNCIA NO TOPO

Ampliação do acesso a fundos de pensão abre nova concorrência na área de benefício corporativo

Aposentadoria pesa na escolha do trabalho

Fernando Moraes/Folha Imagem
O executivo Carlos Lopes diz que plano pesa na troca de emprego


DA REDAÇÃO

"Se fosse mudar de empresa hoje, daria preferência à que oferecesse um plano atraente de previdência. Isso é muito importante." A declaração, do diretor administrativo da Motorola, Carlos Alberto Lopes, 53, reflete bem um fenômeno recente do mercado de trabalho: ao passo em que empresas constituem fundos de pensão para bater a concorrência, profissionais se tornam mais exigentes quanto às opções apresentadas.
O diretor da cadeia de higiene e beleza da multinacional Unilever, José Lourenço, 53, concorda. "A gente sempre considera a existência ou não de uma aposentadoria privada em ofertas de trabalho."
Em outras palavras, em pouco tempo já não bastará aos empregadores dar alguma opção de previdência. Terá de ser a melhor.
Isso porque, embora os maiores chamarizes de contratação ainda sejam os altos salários, a crise econômica prolongada tirou o fôlego das companhias que competiam oferecendo salários estratosféricos e as levou a competir nas miudezas, ampliando a oferta de luxos como carro particular, planos odontológicos, de saúde e, é claro, de previdência complementar.
"Os salários tendem a ser muito parecidos hoje em dia. Os benefícios viraram o grande diferencial", pondera Ricardo Ferraz, 33, gerente de produtos da Unimed.

Jovens previdentes
Outra novidade em relação a anos passados é o crescente interesse de jovens trainees e recém-ingressos no mercado de trabalho pelos planos de aposentadoria.
Outrora restrito a níveis gerenciais, o benefício hoje já é planejado para cobrir todas as faixas hierárquicas. "Já tínhamos uma demanda interna para adotar um plano de previdência em todos os níveis. Com o início das discussões sobre a reforma na Previdência, o assunto ganhou peso maior", conta o diretor de RH da Microsiga, Flávio Balestrin.
A empresa adotou a aposentadoria privada há dois meses. De saída, 45% dos profissionais, incluindo os mais jovens, aderiram.
Com um plano mais antigo, lançado em 2000, a multinacional alemã Voith Siemens Hydro decidiu abrir também aos trainees a possibilidade de integrar a carteira de segurados da companhia.
"Nosso nível de adesão está em torno de 70% dos funcionários. Quem não participa é porque tem salário ainda coberto pelo INSS [Instituto Nacional do Seguro Social]", explica o gerente de recursos humanos, Enio Sanches.
Em alguns casos, como no da Motorola, o funcionário nem sequer precisa aderir ao seguro complementar para ser beneficiado. "Quem entra na empresa participa automaticamente de um plano básico, sem gastar nada", explica Eduardo Pellegrina, gerente de RH da companhia. (RE)


Texto Anterior: "Match" alto nem sempre é melhor
Próximo Texto: Contrapartida alta nem sempre é mais vantajosa
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.