|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SUA CARREIRA
Dificuldade em achar profissionais com perfil adequado faz firmas oferecerem cursos grátis
Seguradoras bancam formação de corretor
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Um dos caminhos para quem
quer mudar de ramo profissional
é investir em cursos de especialização. Se uma empresa oferecer o
curso gratuitamente, antes mesmo de contratar o profissional,
tanto melhor. A prática é incomum no mercado de trabalho em
geral, mas é largamente adotada
por grandes seguradoras na hora
de compor sua equipe de vendas.
As companhias
afirmam que encontrar no mercado um corretor
bem treinado é raro e, por isso, muitas bancam a formação desses profissionais para depois aproveitá-los.
"Há uma carência generalizada
de corretores com
boa formação,
principalmente na
área de seguros de
vida, previdenciários e de capitalização", afirma
Ângela Ragnelli,
que há quatro
anos coordena o
departamento de
treinamento da
Porto Seguros.
Quem quiser
atuar nesse mercado deve tirar a
sua habilitação na
Funenseg (Fundação Escola Nacional de Seguros).
O candidato precisa fazer provas
que envolvem questões de legislação, regras previdenciárias, matemática e mercado financeiro. As
exigências são ter mais de 21 anos
e o ensino médio completo.
Aulas grátis
Os que realizam o treinamento
nas seguradoras conveniadas
com a Funenseg têm a vantagem
das aulas gratuitas e de fazer as
provas ao longo do curso. É bom
lembrar que não é pago nenhum
salário nem benefício durante o
período de treinamento.
"Se as empresas oferecem cursos desse tipo, é porque sentem
muita falta de mão-de-obra qualificada", analisa a consultora Erika Migliano, da Manager Assessoria em Recursos Humanos.
Para fazer o treinamento das seguradoras, é preciso enfrentar
uma seleção acirrada. Manter
uma turma por um período médio de três a cinco meses não custa pouco, e por isso as empresas
procuram se certificar de que o
investimento valerá a pena.
"Nossa seleção é rigorosa. Envolve dinâmica
de grupo, provas
escritas e entrevista", explica
Paulo Vidal, superintendente
comercial da Icatu Hartford.
"Queremos saber
se a pessoa tem
interesse e potencial para ser um
corretor. Caso
contrário, é descartada."
Já seguradoras
como a Bradesco
Seguros e Previdência exigem
exclusividade.
Mudança
A gerente de
desenvolvimento
da Mogeral, Vanessa Joannou,
confirma que é
um nicho muito
procurado pelos
que querem dar
uma virada na carreira e estima
que cerca de 80% dos que buscam
os cursos vêm de outras áreas.
A gaúcha Roseli Ferreira, 41, tinha 20 anos de experiência como
professora quando trocou de
área. Há um ano, integra a equipe
de vendas da Icatu Hartford.
Já sua companheira de trabalho
Juliana Almeida, 20, ainda não tinha uma carreira definida quando decidiu abraçar o trabalho de
corretora. Estudante de economia
da Faap, ela vislumbra um futuro
na área. "Trabalho há menos de
um ano e gosto do que faço. Decidi investir nisso e fiz o curso da
Icatu. Acho que estou no caminho certo."
(RAFAEL ALVES PEREIRA)
Texto Anterior: TV Trabalho: "Sou eu quem decide", afirma Roberto Justus Próximo Texto: Frase Índice
|