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São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 2003

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TRABALHO DE BRINDE

Ampliar a rede de contatos durante eventos ajuda a conquistar vagas, dizem especialistas

Festas podem trazer emprego de presente

BRUNO LIMA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Melissa recebeu uma proposta de trabalho em plena noite de Réveillon. Diana foi a um aniversário em uma pizzaria e ganhou de presente uma vaga na Telemar. Alexandre trocou de emprego depois de um aperto de mão em sua própria recepção de casamento.
Festas e confraternizações são bons momentos para "agitar" a vida profissional, afirmam consultores de recursos humanos. E o fim de ano não é exceção. O conselho para quem está desempregado é aproveitar o clima descontraído dos brindes e da ceia de Réveillon para acrescentar nomes à rede de contatos. Se a sorte for grande, o retorno pode até vir em forma de um emprego novo.
"O período de fim de ano é uma oportunidade ímpar para fazer contatos", diz a consultora Matilde Berna, gerente da unidade de negócios Career Transition da Right Saad Fellipelli. "As pessoas têm uma fantasia de que no final do ano não acontece nada, mas é o contrário, é uma ótima época para se expor e fazer network", aponta Alessandra Luchini Perez, consultora da Career Center.
A advertência é somente a de que, para formar uma rede eficiente de contatos, é preciso dedicação contínua. Ir a uma festa e sair dela com uma proposta de emprego é um evento raro, dizem os especialistas, mas conseguir emprego a partir de contatos feitos em festas é mais comum do que se costuma imaginar. E a receita é simples: uma abordagem bem-feita, uma boa primeira impressão e uma troca de cartões com a pessoa certa.

Champanhe
Nas ruas de Búzios (RJ), na noite de Réveillon de 1997, o que à primeira vista pareceu uma cantada era na verdade uma proposta de trabalho para divulgar novos perfumes da rede O Boticário, conta Melissa Costa Nascimento Webb, 24. "Fiquei dois meses trabalhando em Búzios, quatro horas por dia, com estada paga e carro na mão", lembra. Ela diz que o pagamento era bom e que pôde aproveitar a temporada.
A advogada Diana Gandelman Weiss, 24, trabalhava em um escritório de advocacia em que a maioria dos clientes era da área de telecomunicações. Encontrou-se com as amigas para comemorar o aniversário de uma delas e, na mesa de uma pizzaria, fez um contato com um advogado que lhe rendeu uma vaga na área regulatória da Telemar.
"Quase na hora do "parabéns" alguém me disse que ele era advogado da Telemar. Fui cara-de-pau, não tinha nada a perder. Na conversa ele viu que eu era competente. Contei meu currículo todo para ele comendo pizza e bolo." Por ironia do destino, diz, acabou recebendo a proposta de trabalho no dia do próprio aniversário, em agosto deste ano.
Já Alexandre Moraes Rondelo, 34, ganhou um inusitado presente de casamento. Depois do "sim", recebeu os cumprimentos de um ex-chefe e trocou cartões. "Quando voltei da lua-de-mel, passei um e-mail, nos encontramos, e ele fez uma oferta de emprego."
A vaga era na multinacional Sara Lee Cafés, dona das marcas Café do Ponto, Pilão, Seleto e Caboclo. "Todo tipo de festa e happy-hour é uma chance de um convite. Não vou pensando nisso, mas, se surgir a proposta, por que não?"



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