UOL


São Paulo, domingo, 31 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CAMPO MINADO

Falsas agências usam currículos on-line para dar golpes

Consultorias usam "disfarce" para fisgar os candidatos na internet

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Cena 1: você insere seu currículo em um site de vagas, paga pelo serviço e começa a receber ofertas de trabalho. Cena 2: ao entrar em contato com uma das empresas, percebe que a vaga não existe. Mais, trata-se de uma consultoria de recolocação que cobra para encaminhá-lo a possíveis cargos.
São vários os profissionais que passaram por situações como as descritas acima. Tanto que sites como os da Catho (www.catho. com.br) e da Manager (www. manager.com.br) passaram a alertar seus clientes sobre consultorias que agem de má-fé.
Welton Pedreira, 23, vendedor, encaminhou o currículo para uma vaga de assistente de marketing indicada pelo site em que tinha registrado o documento. Uma empresa, que não se identificou como consultoria, ligou e marcou entrevista. "Fui até Santo André [Grande São Paulo] e tentaram me enrolar dizendo que eu tinha 90% de chance de conseguir a vaga em uma empresa multinacional. Bastava pagar R$ 1.500."
O mesmo valor foi cobrado da coordenadora de promoção Nádia Vranjac, 25, que recebeu um telefonema logo após ter inserido seu currículo em um site. "Um consultor me ligou dizendo que estava com meu currículo e que tinha uma vaga no meu perfil."
Ao chegar à empresa, "fui descobrindo as mentiras: ele não tinha meu currículo, não havia vaga e me ofereceu serviço de recolocação, já perguntando qual cartão de crédito eu usava".
Segundo Leandro Cabral, coordenador de vagas da Catho, o número de reclamantes chegava a 18 por dia no final do ano passado. "Criamos um departamento de inspeção para checar as informações de toda firma que se cadastra. Isso diminuiu as ocorrências para cerca de três por semana."
Na Manager, a solução foi um "disque-denúncia". "Para evitar abordagens antiéticas, colocamos um aviso e um número de telefone para denúncias. A partir da reclamação, restringimos ou mesmo proibimos o acesso daquela companhia", diz o presidente, Ricardo de Almeida Prado Xavier.
Mas, segundo o vice-presidente da Associação Brasileira de Profissionais de RH, Ênio Resende, "o controle na internet é baixo". Por isso convém ter cautela.


Texto Anterior: Informação vira arma para encontrar empresas idôneas
Próximo Texto: Promessa de "vaga maravilhosa" pode ocultar fatura alta
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.