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São Paulo, domingo, 31 de agosto de 2003

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CAMPO MINADO

Especialistas recomendam suspeitar de anúncios que prometem vida fácil

Promessa de "vaga maravilhosa" pode ocultar fatura alta

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Uma oferta de trabalho tem mais chances de ser verdadeira quando a abordagem é moderada, sem muitos adjetivos, e a remuneração não está muito longe da realidade do mercado.
Com base nessas informações, o advogado Fábio Alexandre Neitzke desconfiou quando sua colega de trabalho comentou que tinha "encontrado a vaga dos seus sonhos". "Ela entrou em um site que oferecia o emprego ideal, com salário fora do comum. A empresa se dizia uma multinacional, e pedia que fosse depositado cerca de R$ 80", conta. "Falei para ela que só podia ser golpe. Liguei para a empresa e o atendente disse que a firma vendia planos de saúde, mas o CNPJ informado era de uma empresa de materiais de construção. Outras informações também não batiam."
Neitzke levou a história a vários órgãos, entre eles o Ministério Público. "O inquérito está correndo, mas a conta corrente deles ainda não foi bloqueada", afirma.
No caso de Rodrigo Santiago Caldo, 27, que atua com atendimento a clientes, uma consultoria cobrou R$ 150 para testes psicológicos supostamente exigidos pela empresa que abrira as vagas.
"Como tinha saído de São Paulo e ido a Campinas, estava desempregado e precisava muito do emprego, pois me casaria em breve, acabei pagando", lembra Caldo. "Ela me disse que eu estava entre os três finalistas, e que o resultado sairia na próxima semana. Nunca me responderam. Meses depois um colega recebeu a mesma proposta para a mesma vaga."
Para Elaine Saad, sócia-diretora da RightSaadFellipelli, consultoria de "headhunting", o problema está na abordagem feita. "Orientar carreira é um ato genuíno, digno. Mas essas consultorias optam por omitir sua atividade e enganar os futuros clientes", avalia.


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