São Paulo, quinta-feira, 02 de junho de 2005
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Domínio do corpo

Kempo evoca movimentos dos animais e ritmos da natureza

IARA BIDERMAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Aprender uma técnica de luta vai muito além do desejo de garantir a autodefesa. Em geral, os praticantes buscam também autocontrole e disciplina. O kempo indiano é uma dessas artes de luta que desenvolvem a agilidade, a força e a atenção com a graça de movimentos que evocam uma dança -não por acaso, a técnica é muito utilizada na preparação de atores e bailarinos.
A prática é inspirada nos movimentos dos animais e nos ritmos da natureza. Acredita-se que sua origem tenha mais de 5.000 anos. Chamado "vajra mushti" em sânscrito, o kempo indiano original era um conjunto de ensinamentos destinado a preparar a casta dos "kshatrias" (nobres) para o governo e o exercício da autoridade. O príncipe Siddharta Gautama, o Buda histórico, pertencia a essa casta, e credita-se ao budismo a expansão do "vajra mushti" por grande parte da Ásia -da Índia para a China e desta para o Japão, onde recebeu o nome kempo e serviu de base para várias artes marciais, como o kung fu.
O kempo indiano foi introduzido no Brasil pelo carioca Jô Azer, que, na década de 1960, em viagens pela Índia e por outros países asiáticos, recebeu iniciação de monges budistas e tornou-se mestre nessa arte marcial.
"Além da beleza plástica dos movimentos, a técnica desenvolve o senso de orientação e a percepção do corpo no espaço, elementos muito importantes nas artes cênicas", diz Thiago Antunes, um dos professores do grupo Sangham (www.kempoindiano.e1.com.br).
O kempo não segue uma hierarquia de faixas, como o judô ou o caratê. Pode ser praticado em qualquer idade (por crianças, inclusive), mas, como em vários movimentos o peso do corpo é sustentado nos cotovelos, joelhos, pulsos e tornozelos, pode ser contra-indicado para quem tem problema nas articulações.

SERPENTE DEITADA
Apóie o queixo, o peito e o antebraço no chão; os cotovelos devem ficar próximos ao corpo e na altura da cintura, enquanto a bacia tende em direção ao chão (não é preciso encostar)

SERPENTE SENTADA
Com a perna direita dobrada junto ao corpo e o peito do pé esquerdo apoiado no chão, eleve os braços em uma linha paralela às orelhas; mantenha o tronco ereto e ligeiramente projetado para a frente

GARÇA OBSERVA O LAGO
De pé, com o peso apoiado na perna direita, eleve a perna esquerda dobrando o joelho; dobre o braço esquerdo na altura do peito e o direito posicionando o cotovelo um pouco acima da mão esquerda

GATO ALTO NO ATAQUE
Apoiado no joelho direito e nos dedos do pé, com a perna esquerda aberta lateralmente, gire o tronco na direção da perna esquerda e eleve os braços flexionados, com as mãos em forma de garra


Onde praticar
Espaço (r. Alves Guimarães, 1.374, São Paulo, tel. 0/xx/11/3862-4049)
Faculdade de Artes Cênicas da ECA-USP (av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitária, São Paulo, tel. 0/xx/11/3091-4127)
Espaço 7 (r. Dona Antônia de Queirós, 474, cj. 7, São Paulo, tel. 0/xx/11/8244-6028)
Jacutinga (r. Gaivota, 743, São Paulo, tel. 0/xx/11/ 5055-1000)



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