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Domínio do corpo
Kempo evoca movimentos dos animais e ritmos da natureza
IARA BIDERMAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Aprender uma técnica de luta vai
muito além do desejo de garantir
a autodefesa. Em geral, os praticantes buscam também autocontrole e disciplina. O kempo indiano é uma dessas artes de luta que desenvolvem
a agilidade, a força e a atenção com a graça de
movimentos que evocam uma
dança -não por acaso, a técnica é muito utilizada na preparação de atores e bailarinos.
A prática é inspirada nos
movimentos dos animais e
nos ritmos da natureza. Acredita-se que sua origem tenha
mais de 5.000 anos. Chamado
"vajra mushti" em sânscrito, o
kempo indiano original era
um conjunto de ensinamentos
destinado a preparar a casta
dos "kshatrias" (nobres) para
o governo e o exercício da autoridade. O príncipe Siddharta
Gautama, o Buda histórico,
pertencia a essa casta, e credita-se ao budismo a expansão
do "vajra mushti" por grande
parte da Ásia -da Índia para
a China e desta para o Japão,
onde recebeu o nome kempo e
serviu de base para várias artes marciais, como
o kung fu.
O kempo indiano foi introduzido no Brasil
pelo carioca Jô Azer, que, na década de 1960,
em viagens pela Índia e por outros países asiáticos, recebeu iniciação de monges budistas e
tornou-se mestre nessa arte marcial.
"Além da beleza plástica dos movimentos, a
técnica desenvolve o senso de orientação e a
percepção do corpo no espaço, elementos
muito importantes nas artes cênicas", diz
Thiago Antunes, um dos professores do grupo
Sangham (www.kempoindiano.e1.com.br).
O kempo não segue uma hierarquia de faixas, como o judô ou o caratê. Pode ser praticado em qualquer idade (por crianças, inclusive), mas, como em vários movimentos o peso
do corpo é sustentado nos cotovelos, joelhos,
pulsos e tornozelos, pode ser contra-indicado
para quem tem problema nas articulações.
SERPENTE DEITADA
Apóie o queixo, o peito e o antebraço no chão; os cotovelos devem ficar próximos ao corpo e na altura da cintura, enquanto a bacia tende em direção ao chão (não é preciso encostar)
SERPENTE SENTADA
Com a perna direita dobrada junto ao corpo e o peito do pé esquerdo apoiado no chão, eleve os braços em uma linha paralela às orelhas; mantenha o tronco ereto e ligeiramente projetado para a frente
GARÇA OBSERVA O LAGO
De pé, com o peso apoiado na perna direita, eleve a perna esquerda dobrando o joelho; dobre o braço esquerdo na altura do peito e o direito posicionando o cotovelo um pouco acima da mão esquerda
GATO ALTO NO ATAQUE
Apoiado no joelho direito e nos dedos do pé, com a perna esquerda aberta lateralmente, gire o tronco na direção da perna esquerda e eleve os braços flexionados, com as mãos em forma de garra
Onde praticar
Espaço (r. Alves Guimarães, 1.374, São Paulo, tel.
0/xx/11/3862-4049)
Faculdade de Artes Cênicas da ECA-USP
(av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443, Cidade
Universitária, São Paulo, tel. 0/xx/11/3091-4127)
Espaço 7
(r. Dona Antônia de Queirós, 474, cj. 7, São Paulo,
tel. 0/xx/11/8244-6028)
Jacutinga
(r. Gaivota, 743, São Paulo, tel. 0/xx/11/ 5055-1000)
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