São Paulo, quinta-feira, 03 de maio de 2001
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BAILARINOS

Eugenia Feodorova, 77 anos, russa: "Lembranças tenho muitas, mas não vivo do passado". Ela representa a tradição do mais glorioso balé clássico russo. Começou aos sete anos e dá aulas todos os dias para o corpo de baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e para profissionais de sua academia de dança, no Rio.

Renée Gumiel, 87 anos, francesa: "Os velhos não sabem o que é a descoberta da criatividade". Veio ao Brasil pela primeira vez em 57, a convite da embaixada do país na França. É budista, formada na Sorbonne em filosofia e história da arte. Se ela não fosse bailarina, seria atriz. Dá aulas todos os dias e faz eventuais trabalhos no teatro.

Tatiana Leskova, 78 anos, francesa, filha de russos: "A pobreza de espírito não permite que o Brasil tenha estrutura e política para o balé". Parou de dançar jovem, aos 43 anos, e se tornou uma das coreógrafas mais respeitadas no mundo da dança na Europa. Fez coreografia para Rudolf Nureyev, mito da dança clássica. Dá seis aulas por semana.

Ismael Guiser, 74 anos, argentino: "Se eu não fosse bailarino, seria vegetal". Ele queria ser escritor, como Jorge Luiz Borges. Entrou na escola de dança do bairro pelas mãos da irmã, que aprendia valsa. "Seu irmão é meio desengonçado, mas ainda vai dançar", disse o professor aos primeiros passos de Ismael. Dá três horas de aula por dia.

Ruth Rachou, 74 anos, ascendência alemã: "Passo a vida fazendo o que gosto". Dança desde os quatro anos. Começou por exigência da mãe alemã, junto com a irmã, que desistiu do balé. Ruth, que achava horrível dançar, virou Ruth Rachou, uma das mais criativas coreógrafas da dança moderna. Tem oito horas por dia de atividade com dança.



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