São Paulo, quinta-feira, 03 de maio de 2001
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Quem começa mais tarde também se esbalda

KATIA CALSAVARA - FREE-LANCE PARA A FOLHA

Homens e mulheres maduros que resolveram quebrar o tabu de que só se inicia na dança nos primeiros anos de idade encontraram na dança uma razão para viver com mais entusiasmo e alegria.
Tamara Barbosa, 53, viúva e dona de pousada, começou a fazer aulas de dança flamenca há cinco anos. "Queria mudar minha postura, meu corpo e minha cabeça ao mesmo tempo. Quando vi minha postura melhorar, parece que me coloquei de frente para o mundo".
"Eu só falto às aulas se estiver muito doente", diz Mausi Matheus, 66. Cheia de energia, ela diz que começar "tarde" é difícil, mas nada que a força de vontade e a persistência não resolvam. "Quando estou no palco, eu me sinto linda", diz Matheus.
A força dos movimentos da dança flamenca e a postura das espanholas fazem muito bem a esses alunos. "Mal consigo explicar o tamanho de minha satisfação pessoal", fala Toshie Sanematsu, 62.
Maria Helena Lima, 57, e José Fernandes Nascimento, 65, vêm de São José dos Campos toda semana só para a aula de dança de salão. "Sem dúvida, eu amo a segunda-feira. É o melhor dia da semana", fala José. A amiga, que adora sambar, diz que, com a dança, sente mais firmeza nos músculos.
Para o professor de dança de salão Jaime Arôxa, "a cada ano de aula que passa, eles sentem diminuir cinco na identidade".
Paulo Toledo Soares, 59, professor de física e autor de livros didáticos, faz aulas há três anos e conta que foi estimulado pela namorada. "Agora eu me sinto mais solto, mais alegre", comenta ele entre os passos.


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