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Quem começa mais tarde também se esbalda
KATIA CALSAVARA - FREE-LANCE PARA A FOLHA
Homens e mulheres maduros que resolveram
quebrar o tabu de que só
se inicia na dança nos primeiros anos de idade encontraram na dança uma
razão para viver com mais
entusiasmo e alegria.
Tamara Barbosa, 53,
viúva e dona de pousada,
começou a fazer aulas de
dança flamenca há cinco
anos. "Queria mudar minha postura, meu corpo e
minha cabeça ao mesmo
tempo. Quando vi minha
postura melhorar, parece
que me coloquei de frente
para o mundo".
"Eu só falto às aulas se
estiver muito doente", diz
Mausi Matheus, 66. Cheia
de energia, ela diz que começar "tarde" é difícil,
mas nada que a força de
vontade e a persistência
não resolvam. "Quando
estou no palco, eu me sinto linda", diz Matheus.
A força dos movimentos
da dança flamenca e a
postura das espanholas fazem muito bem a esses
alunos. "Mal consigo explicar o tamanho de minha satisfação pessoal",
fala Toshie Sanematsu, 62.
Maria Helena Lima, 57,
e José Fernandes Nascimento, 65, vêm de São José dos Campos toda semana só para a aula de dança
de salão. "Sem dúvida, eu
amo a segunda-feira. É o
melhor dia da semana",
fala José. A amiga, que
adora sambar, diz que,
com a dança, sente mais
firmeza nos músculos.
Para o professor de dança de salão Jaime Arôxa,
"a cada ano de aula que
passa, eles sentem diminuir cinco na identidade".
Paulo Toledo Soares, 59, professor de física e
autor de livros didáticos, faz aulas há três
anos e conta que foi estimulado pela namorada. "Agora eu me sinto mais solto,
mais alegre", comenta ele entre os passos.
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