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Emagrecer abaixa a pressão e o colesterol
Médico apresenta estudos que indicam a influência direta entre peso e doenças como infarto, hipertensão e colesterol
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A cada quilo que uma pessoa ganha, seu
risco de desenvolver complicações cardiovasculares, incluindo o infarto, aumenta
em cerca de 1,15%. Essa constatação, que parece assustadora, é revelada por estudos apresentados pelo médico Sérgio Timerman,
presidente da Fundação Interamericana do
Coração.
As pesquisas realizadas com 115 mil mulheres, com idades entre 30 e 59 anos, mostram
que aquelas que conseguem manter o peso
têm menos de 1% de chance de sofrer um infarto. Mas essas chances aumentam conforme
o ponteiro da balança sobe.
Se a mulher ganha de 8 kg a 10 kg, a possibilidade de desenvolver doenças cardiovasculares aumenta em 60%. E o mais impressionante: quem engorda mais de 20 kg fica 260%
mais propensa a sofrer um infarto.
Outra pesquisa, realizada com 16 mil homens na mesma faixa etária, com problemas
de colesterol e pressão alta, indica resultados
parecidos aos das mulheres. Os riscos de complicações cardiovasculares, incluindo o infarto, aumentam 1,15%.
Pressão reduzida Para comprovar que a
obesidade faz mal à saúde, os estudos revelam
que, se um obeso com pressão alta emagrecer
cerca de 10 kg, terá uma redução na pressão
máxima de aproximadamente quatro pontos;
na mínima, será de três pontos. E isso independentemente de a pessoa reduzir a quantidade de sal na comida ou da prática de atividades físicas.
Quando as pessoas obesas que perdem esses
mesmos 10 quilos não têm pressão alta, a redução, tanto na pressão máxima como na mínima, fica em torno de 4,5 pontos.
Em resumo, "a obesidade e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares caminham juntos", diz o médico Dikran Armaganijan, presidente do departamento de cardiologia clínica da Sociedade Brasileira de Cardiologia. O problema de obesidade no Brasil é
bastante preocupante, afirma o médico, pois o
número de obesos tem aumentado muito nos
últimos 20 anos. São 27 milhões de brasileiros
(32% da população adulta de homens e mulheres) com grau de obesidade entre leve e
moderado. No grupo dos obesos entre moderados e graves, há quase 7 milhões de pessoas
(8% da população adulta).
Epidemia mundial Calcula-se que no
mundo inteiro existam 100 milhões de pessoas
que estejam acima do peso. O crescimento
anual é tão rápido que a OMS (Organização
Mundial da Saúde) trata a obesidade como
uma epidemia global.
Sobre o nível de colesterol, a queda também
é proporcional aos quilos perdidos. Segundo
Armaganijan, os magros ainda têm cinco vezes menos chances de desenvolver diabetes e
duas vezes menos chances de ter doenças nas
artérias coronárias.
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