São Paulo, quinta-feira, 03 de maio de 2001
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Emagrecer abaixa a pressão e o colesterol

Médico apresenta estudos que indicam a influência direta entre peso e doenças como infarto, hipertensão e colesterol

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A cada quilo que uma pessoa ganha, seu risco de desenvolver complicações cardiovasculares, incluindo o infarto, aumenta em cerca de 1,15%. Essa constatação, que parece assustadora, é revelada por estudos apresentados pelo médico Sérgio Timerman, presidente da Fundação Interamericana do Coração.
As pesquisas realizadas com 115 mil mulheres, com idades entre 30 e 59 anos, mostram que aquelas que conseguem manter o peso têm menos de 1% de chance de sofrer um infarto. Mas essas chances aumentam conforme o ponteiro da balança sobe.
Se a mulher ganha de 8 kg a 10 kg, a possibilidade de desenvolver doenças cardiovasculares aumenta em 60%. E o mais impressionante: quem engorda mais de 20 kg fica 260% mais propensa a sofrer um infarto.
Outra pesquisa, realizada com 16 mil homens na mesma faixa etária, com problemas de colesterol e pressão alta, indica resultados parecidos aos das mulheres. Os riscos de complicações cardiovasculares, incluindo o infarto, aumentam 1,15%.

Pressão reduzida Para comprovar que a obesidade faz mal à saúde, os estudos revelam que, se um obeso com pressão alta emagrecer cerca de 10 kg, terá uma redução na pressão máxima de aproximadamente quatro pontos; na mínima, será de três pontos. E isso independentemente de a pessoa reduzir a quantidade de sal na comida ou da prática de atividades físicas.
Quando as pessoas obesas que perdem esses mesmos 10 quilos não têm pressão alta, a redução, tanto na pressão máxima como na mínima, fica em torno de 4,5 pontos.
Em resumo, "a obesidade e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares caminham juntos", diz o médico Dikran Armaganijan, presidente do departamento de cardiologia clínica da Sociedade Brasileira de Cardiologia. O problema de obesidade no Brasil é bastante preocupante, afirma o médico, pois o número de obesos tem aumentado muito nos últimos 20 anos. São 27 milhões de brasileiros (32% da população adulta de homens e mulheres) com grau de obesidade entre leve e moderado. No grupo dos obesos entre moderados e graves, há quase 7 milhões de pessoas (8% da população adulta).

Epidemia mundial Calcula-se que no mundo inteiro existam 100 milhões de pessoas que estejam acima do peso. O crescimento anual é tão rápido que a OMS (Organização Mundial da Saúde) trata a obesidade como uma epidemia global.
Sobre o nível de colesterol, a queda também é proporcional aos quilos perdidos. Segundo Armaganijan, os magros ainda têm cinco vezes menos chances de desenvolver diabetes e duas vezes menos chances de ter doenças nas artérias coronárias.



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