São Paulo, quinta-feira, 04 de janeiro de 2007
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Saúde

Por que as duas grandes causas não explicam tudo?

Há dois suspeitos principais quando se trata de explicar a epidemia de obesidade: o estilo de vida acomodado do Ocidente e as práticas de produção e marketing da indústria de alimentos.
Mas qualquer correlação causal entre eles e a obesidade parece difícil de comprovar. Um estudo recente realizado por 20 especialistas em obesidade dos Estados Unidos, Canadá e Itália concluiu que quaisquer indícios de que essas sejam as causas principais da epidemia "são em larga medida circunstanciais".
Por exemplo, em 2000, Benjamin Caballero e seus colegas no programa de prevenção da obesidade Pathways, administrado pela Escola de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins, recrutou 1.704 alunos indígenas em 41 escolas norte-americanas e os designou aleatoriamente para grupos experimentais e de controle. O grupo experimental recebeu dieta melhor, mais atividade física e aulas sobre comida e estilo de vida saudáveis. As crianças foram estudadas por três anos. Espantosamente, elas não demonstraram redução de seu índice de gordura corpórea.
A correlação entre assistir TV e obesidade nos jovens foi comprovada estatisticamente, mas não é forte o bastante para fazer diferença em termos clínicos. E, embora as pessoas obesas comam porções maiores, não há prova de que seja isso que cause seus problemas.
Sabe-se que os dois principais fatores de obesidade são importantes. Mas faltam provas contra eles, e muitas pessoas acreditam que tenha chegado a hora de deixar de presumir que sejam as únicas causas dignas de investigação.


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