São Paulo, quinta-feira, 07 de setembro de 2000
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Hospital veterinário dispõe de especialistas variados e atende de coelhinhos a furões em casos não resolvidos em clínicas
São Paulo ganha um hospital para animais

MARGARETE MAGALHÃES
FREE LANCE PARA A FOLHA

Se quem quebra o joelho vai ao ortopedista, quem tem conjuntivite pede socorro ao oftalmologista e quem está com a pele do rosto cheia de manchas consulta um dermatologista, por que os animais não podem ter a mesma qualidade no atendimento médico? Há algumas hipóteses. O público em geral não sabe da existência de especialidades para animais, e há clínicas com ciúmes de seus pacientes, por isso não as divulgam, dizem o oftalmologista Luiz Leon Cyon e a cardiologista Valéria Carreon, donos do recém-inaugurado Koala, hospital e hotel para animais.
Segundo os proprietários, o objetivo do Koala é oferecer o mesmo padrão de atendimento de um hospital humano, disponibilizando serviços de cardiologia, oftalmologia, ortopedia, fisiatria, medicina ortomolecular, anestesia, dermatologia, entre outras especializações, além do tradicional clínico-geral.
Muitas pessoas desconhecem a existência de especialização na área veterinária. Na verdade, o título de especialista não é reconhecido. "Não se pode usar o título de especialista. Não é como na medicina, em que se faz residência específica", explica a veterinária Graziela Vieira, 24. Mas os veterinários acabam usando o termo ao se referirem aos profissionais que se especializaram fora do país ou aos que estudaram mais sobre determinado assunto.
"Em certas ocasiões, o clínico-geral não sabe o que fazer, ou não compensa comprar um equipamento para uma cirurgia específica", diz o veterinário Salvador Felis. Nessas situações, o clínico encaminha o animal para outro colega clínico ou então para hospitais universitários, onde sabe que sempre há um professor que é mestre naquele problema.
Foi o que aconteceu com a daschund Sascha, de 5 anos, que, de um dia para o outro, parou de andar. Como não entende de problemas na coluna, o veterinário encaminhou o cachorro ao hospital da Unip (Universidade Paulista), onde trabalha um veterinário especialista em coluna e que também é da equipe do Koala. "A hipótese de cirurgia foi descartada porque havia apenas 5% de chance de que Sascha voltasse a andar; recomendaram acupuntura", conta, satisfeito, o proprietário, Paulo Pignatari, ele próprio um acupunturista de gente. As sessões estão sendo feitas no Koala.
Outra vantagem do hospital: é possível montar até uma junta médica com os especialistas e, assim, "falar a mesma língua", diz a cardiologista e sócia do Koala Valéria Carreon. "É muito importante a interação e a padronização da linguagem entre áreas diferentes."
Dependendo da espécie de animal ou da raça, no caso dos cachorros, a ação de um especialista pode ser valiosa não apenas na emergência, mas no dia-a-dia. Sharpeis são um prato cheio para assaduras, o que exige um dermatologista à vista. Já para os boxers e yorkshires, com mais chance de ter problemas cardíacos, a presença de um anestesista é vital numa cirurgia, ainda que simples, porque podem ter uma parada cardíaca. "É o anestesista que tem preparo técnico", diz Valéria.
Na onda dos animais exóticos, como as iguanas e os ferrets (parente distante da lontra, conhecido como furão), o hospital acrescentou uma especialidade para cuidar de animais silvestres. "O hospital atende qualquer animal, desde que caiba aqui", brinca Luiz Leon Cyon.


Onde
Koala Hospital Animal: av. Santo Amaro, 1.408, Vila Olímpia, São Paulo, tel. 3845-3244, www.koalahospital.com.br
Preços: consulta com clínico: R$ 50; com especialista: a partir de R$ 80; na madrugada: R$ 75



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