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Gergelim é usado em óleo, pasta e grãos
RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
"A
bre-te sésamo!" A
frase mágica do
conto de Ali Babá
é universalmente
conhecida, mas poucos se dão
conta de que sésamo é o prosaico gergelim.
A enciclopédia "The Oxford
Companion to Food" arrisca
um palpite para essa curiosa associação. Pequenas vagens da
planta, que contêm as sementes, tendem a se partir abruptamente quando maduras -assim como ocorreu com a rocha
do conto, que se abriu para dar
passagem aos ladrões.
Especulações à parte, o que
se sabe é que o gergelim foi uma
das primeiras plantas que produzem óleo a serem cultivadas,
no Egito Antigo. No século 5º
a.C., já havia chegado à Babilônia e 300 anos depois já era espalhado sobre pães na Sicília,
uma prática que permanece viva até hoje.
Desde tempos remotos, a
planta é conhecida também na
Pérsia e na Índia. Na África, seu
cultivo não se restringiu apenas
ao Egito, mas alcançou o sul e o
oeste, de onde veio para a América na bagagem de negociantes
de escravos.
As sementes de gergelim são
numerosas e têm formato de
pêra. Podem ser brancas, amarelas, marrons ou pretas, de
acordo com a variedade, e possuem o interior branco. Quando tostadas, elas adquirem um
sabor muito semelhante ao de
castanhas.
"Os nutrientes também são
parecidos. Têm ômega 3 e ômega 6, vitamina E (que é antioxidante), uma quantidade interessante de cálcio, ferro e proteínas", afirma a nutricionista
Cibele Crispim, da Unifesp
(Universidade Federal de São
Paulo) e da RGNutri Consultoria Nutricional. Ela lembra, no
entanto, que o gergelim sozinho dificilmente consegue prover a quantidade indicada desses nutrientes, pois é consumido em pequenas porções. "Para
atingir o que é recomendado, é
preciso colocá-lo no frango e
salpicá-lo na salada, por exemplo, além de comer as outras
castanhas", diz.
Encontrado em grão, com
casca e descascado, inteiro ou
moído, o gergelim existe ainda
em pasta (conhecida como
manteiga de gergelim). Seu
óleo é ingrediente básico em diversas cozinhas do Oriente e na
culinária judaica. No Japão, teria sido o único empregado durante séculos e até hoje é um
dos mais apreciados. Na China,
é usado tanto em frituras quanto para aromatizar pratos já finalizados, papel desempenhado pelo azeite extravirgem no
Ocidente.
Com ele, é feito o tahine, uma
pasta usada no preparo de pratos como o árabe homus. As sementes podem ser polvilhadas
sobre arroz integral, tortas, suflês etc. Sua farinha pode entrar
na confecção de pães, bolos,
biscoitos e refogados de vegetais. As sementes costumam
ainda ser assadas e comidas
com açúcar ou mel.
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