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Ingrediente
Alcachofra faz bem ao fígado e ao coração
RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Já é tradição. Nesta época, todos os
anos, vistosas alcachofras roubam a
cena em feiras, supermercados, restaurantes e até nas esquinas de bairros nobres -onde ambulantes chegam a vender sete unidades por R$ 10.
Trazida há um século ao Brasil pelas mãos
de imigrantes europeus, a "flor imatura" também é tema de festivais em diversos restaurantes paulistanos durante a primavera.
A chef siciliana Maria Montanarini elabora
o cardápio sazonal da Casa Europa, em São
Paulo, há quase 20 anos. Autora de "Il Carciofo" (a alcachofra, em italiano; ed. Keila & Rosenfeld), ela se recorda da dificuldade de encontrar o ingrediente no início da década de
80. "Não tinha muita gente que comprava, então não havia interessados em plantar", conta.
Da família dos girassóis, a hortaliça é nativa
do Mediterrâneo. O botão que se consome é
uma inflorescência da planta. Quando desabrocha, surge uma "flor roxa, linda e perfumada", na definição da chef. No Brasil, a produção se concentra na região de Piedade,
Ibiúna e São Roque, no Estado de São Paulo.
A alcachofra não faz bem somente ao paladar. Com grande concentração de fibras,
magnésio, vitaminas C e do complexo B, potássio, cálcio, fósforo e ferro, ajuda a diminuir
os níveis de gordura do sangue, tratar doenças
hepáticas e baixar o colesterol. Sua ação antioxidante também inibe o envelhecimento das
células e o surgimento de tumores.
A água do seu cozimento é popularmente
usada por seu efeito diurético e digestivo.
"Mas a água não ajuda a baixar o colesterol",
avisa Solange Brazaca, nutricionista da Esalq
(Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz). O que diminui o colesterol são as fibras
presentes na planta. "Outro benefício é a
grande quantidade de magnésio (60 mg em
100 g), que ativa enzimas hepáticas fazendo
com que o funcionamento do fígado seja mais
eficiente." Além disso, ajuda a estabilizar o nível de glicose no sangue, sendo recomendada
para diabéticos.
No campo da estética, os benefícios ainda
não foram comprovados. No final do ano passado, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou a suspensão de comércio e uso do extrato de polifenol de alcachofra -aplicado de forma injetável para tratar gordura localizada- por falta de garantia
de segurança e eficácia.
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